Os destroços do foguete da China cuja reentrada na
atmosfera terrestre era esperada há alguns dias, caíram no Oceano Índico, a
oeste do arquipélago das Maldivas, informou a mídia estatal chinesa no início
da madrugada deste domingo (9). A maior parte dos componentes se desintegrou
pelo forte atrito com o ar.
As partes do foguete Longa Marcha 5B, de 18 toneladas,
reentraram na atmosfera às 10h24, horário de Pequim, final da noite de sábado
(8) no Brasil, e caíram nas coordenadas de 72,47° de longitude leste e 2,65° de
latitude norte, informou o Escritório Chinês de Engenharia Espacial em
comunicado.
As coordenadas colocam o ponto de impacto no oceano, a
oeste do arquipélago das Maldivas.
O site Space-Track, baseado em dados militares dos Estados
Unidos, também confirmou a entrada na atmosfera da nave descontrolada e o local
da queda.
A queda do material espacial gerou críticas da agência
espacial dos EUA, a Nasa. "Nações que fazem viagens espaciais devem
minimizar os riscos para pessoas e propriedades nas reentradas na Terra e
maximizar a transparência em relação a essas operações", disse Bill
Nelson, ex-senador e astronauta escolhido para o cargo em março, numa nota
divulgada após a confirmação do que ocorreu com os destroços. "Está claro
que a China não está cumprindo os padrões responsáveis em relação a seus
detritos espaciais."
As autoridades chinesas alegaram que o giro fora de
controle do segmento do Long March 5B representou pouco perigo.
Estação Espacial
O país asiático colocou em órbita o primeiro módulo de sua
estação espacial em 29 de abril, graças ao foguete Longa Marcha 5B – o mais
poderoso e imponente lançador chinês. Foi a primeira parte deste foguete que
retornou à Terra.
Mais 10 missões semelhantes estão programadas até o fim da
construção da estação, em 2022.
Avanço espacial chinês
Em 2020, destroços de outro foguete chinês caíram em
vilarejos na Costa do Marfim, causando danos, mas sem feridos. Em abril de
2018, o laboratório espacial chinês Tiangong-1 se desintegrou ao entrar na
atmosfera, dois anos depois de parar de funcionar.
A China vem investindo bilhões de dólares em seu programa
espacial há várias décadas. O país asiático enviou seu primeiro astronauta ao
espaço em 2003. No início de 2019, pousou um robô no lado oculto da Lua.
No ano passado, trouxe amostras da Lua e finalizou o Beidou,
seu sistema de navegação por satélite (concorrente do GPS americano). Pequim
planeja pousar um robô em Marte nas próximas semanas e também anunciou sua
intenção de construir uma base lunar com a Rússia.
Do G1
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