A foto da cachorrinha Mel, que foi espiar a vizinha e ficou
com a cabeça presa num buraco do muro de casa, bombou nas redes sociais na
última semana. A travessura da vira-lata caramelo de Sabará, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, virou caso de bombeiro. Mas ela não está
sozinha nessa missão de dar trabalho para a corporação e susto nos tutores.
Se é para falar em curiosidade de vira-lata caramelo, os
bombeiros socorreram no mês passado um cão que conseguiu prender a cabeça na
grade de uma casa no bairro Planalto, na Região Norte de Belo Horizonte.
Com apenas três meses, o filhote foi espiar a rua e acabou preso. Foi preciso serrar a grade para salvar o cachorrinho, que não teve ferimentos.
Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, 3.417 resgates
de animais domésticos – a maioria cães e gatos – foram feitos no estado entre
janeiro e abril deste ano. No ano passado o número chegou a quase 10 mil. Só em
Belo Horizonte, os bombeiros já salvaram mais de 700 animais domésticos de
apuros neste ano.
O tenente Pedro Aihara conta que as ocorrências mais comuns
são quedas em buracos e cisternas, no caso dos cães. Já com os gatos, o chamado
mais frequente é para retirá-los de cima de árvores.
Mas ele ressalta que o maior problema é com os animais
abandonados nas ruas. Quase que diariamente os bombeiros precisam retirar cães
e gatos de dentro do Ribeirão Arrudas.
“A gente sempre ressalta a importância da adoção de
animais, porque, quanto menos abandono, menos ocorrências assim, que causam
tanto sofrimento pra eles, a gente vai atender”, disse o representante da
corporação.
O tenente lembra ainda que hoje é muito comum que grupos de
proteção e ONGs se organizem pra fazer salvamentos. Mas que, apesar de
louvável, a iniciativa precisa ser bem avaliada.
"A pessoa precisa pensar antes de tentar fazer algo
que coloque também a sua vida em risco. O ideal mesmo é acionar o Corpo de
Bombeiros", alerta.
A relações públicas Desirée Calicchio agiu por conta
própria quando percebeu que o cachorro do vizinho estava em apuros. No ano
passado, quando o dono saiu pra trabalhar, Simba se enrolou nas franjas de uma
rede de balanço. O choro do animal chamou a atenção da vizinha, que acabou
usando uma escada para pular da sua cobertura para a vizinha.
“Ele foi salvo com apenas um inchaço na pata. Mas o
veterinário que o atendeu disse que, se ele tivesse ficado mais tempo preso, a
situação poderia ter sido pior”, conta a salvadora do Simba.
A pet sitter Miriene Fernanda Viana tem muitos casos para
contar de gatos que se envolveram em situações inusitadas, mas também
perigosas. Já teve bichinho que entrou no armário e o dono viajou. Ele ficou
preso lá por 24 horas, até a chegada da profissional. E teve o caso da Dory,
que literalmente, quase colocou fogo na casa.
“A Luciana, tutora da Dory, saiu de casa e quando voltou
sentiu um cheio muito forte de gás. Encontrou a gata em cima do fogão, com uma
das bocas com o gás aberto. Certamente a gatinha foi brincar ali , girando a
rodinha. Um risco imenso", disse ela.
A profissional diz que os tutores precisam ficar atentos.
Sobre o gás, o ideal, segundo ela, pra quem tem cão ou gato em casa, é sempre
desliga-lo no botijão, antes de sair de casa. Quedas e ingestão de pequenos
objetos são os acidentes comuns presenciados por ela, que alerta para que, em
caso de viagens o animal não seja deixado sozinho o tempo todo.
“Fitas, barbantes, brinquedos como varinhas para gatos
podem representar risco se ele estiver sozinho. Se a pessoa vai viajar, o ideal
é que o animal receba a visita de alguém pra cuidar dele pelo menos uma vez por
dia. Pode ser alguém da família, mas, preferencialmente de um profissional, que
vai saber identificar sinais de que algo não está bem com o animal e leva-lo ao
veterinário”, disse ela.
Do G1
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