O médico Thales Bretas prestou em seu perfil em uma rede
social neste domingo (9) uma homenagem à mãe e ao marido, o ator e humorista
Paulo Gustavo, que morreu na última terça-feira (4), vítima da Covid-19.
Com uma foto do ator vestido como o personagem mais famoso
de sua carreira, Dona Hermínia, ele publicou uma imagem de Paulo Gustavo com um
dos filhos destacou a importância dele na vida da família.
“As duas maiores mães da minha vida! A primeira é a maior
do Brasil. Mas representou para mim um ‘pãe’ tão atencioso, carinhoso e
dedicado. Na foto ele amamentava Gael no set de filmagem! Te amo PG!”, afirmou,
se referindo ao marido.
Em seguida, ele homenageou a mãe, Solange Bretas, com uma
imagem de quando ela conheceu os netos.
“A outra é minha mãezinha quando conheceu os netos, a
continuação da nossa família. Como você foi sempre presente e amorosa todo o
tempo comigo! Tenho certeza que deu tudo o que pode. Te amo!! Amo vocês para
sempre!”, disse na postagem.
Inspiração
A inspiração para Paulo Gustavo criar Dona Hermínia foi a
própria mãe dele, Déa Lúcia. No sábado (8), ela agradeceu as mensagens de
carinho que tem recebido e pediu que todos se protejam.
“Eternamente agradecida a todos pelas orações e carinho com
minha família. Que Jesus abençoe a cada um de vocês. Usem máscara”, disse Dea
ao se pronunciar pela primeira vez após a morte do filho.
O “nascimento” de Dona Hermínia foi na peça “O Surto”, em
2004. A personagem foi ovacionada e voltou na peça seguinte, “Infraturas”, com
o colega de turma Fábio Porchat.
Percebendo que Dona Hermínia fazia muito sucesso entre o
público durante as apresentações, Paulo resolveu criar um espetáculo dedicado a
ela, em 2006. Mas Dona Déa não gostou tanto da “homenagem” logo de cara.
“Eu a chamei para assistir um dia antes do público. Ela não
achou graça. ‘Não sei, Paulo Gustavo, você vai fazer isso e não vai dar
certo’”, narrou o humorista.
Deu tão certo que, pela atuação no monólogo escrito por
ele, Paulo foi indicado ao Prêmio Shell no mesmo ano.
Construída com base nas relações familiares que via em
casa, a personagem era uma mãe muito engraçada e superprotetora, além de uma
típica dona de casa que vivia para criar os filhos.
O texto foi adaptado para o cinema em 2013 e virou uma
franquia de sucesso estrondoso. “Minha Mãe é uma Peça 2” foi lançado três anos
depois e Paulo Gustavo venceu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de roteiro
adaptado. O terceiro filme, de 2019, bateu o recorde de bilheteria nacional,
com quase R$ 200 milhões de caixa.
Em todas as adaptações de “Minha mãe é uma peça” para o
cinema, Paulo também trabalhou como roteirista. Somados, os três filmes
venderam mais de 26 milhões de ingressos entre 2013 e 2020.
Foi com ternura que o comediante contou quando a mãe o
questionou sobre sua orientação sexual durante a adolescência.
Panela na mão, indo para cozinha, ela falou assim: ‘Você é
gay, Paulo Gustavo?’ Aí eu falei: ‘Sou’. Aí foi para a cozinha. Eu fui atrás
dela: ‘Mãe, por quê?’ ‘Não, eu tenho medo de você sofrer na rua, mas em casa
você pode ser o que você quiser, vou te amar do mesmo jeito’
Em entrevista ao programa “Mais Você”, Paulo chegou a
falar, com seu jeito bem-humorado, que a mãe só queria saber dos netos.
“Mamãe começou o VT falando que enlouqueceu sendo avó, como
se ela já não fosse louca né? Ela fica do lado de Thales, prefere ser avó do
que ser mãe”, brincou o ator.
Como forma de retribuir toda a contribuição para sua
carreira, Paulo criou a peça “Filho da mãe”, na qual dividia o palco com Dona
Déa para cantar e contar histórias.
Do G1
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