A chuva dos últimos dias em Santa Catarina continua
provocando estragos em diversas cidades. Segundo a Defesa Civil estadual e
prefeituras, desde domingo (17) ao menos 17 cidades registraram prejuízos após
deslizamentos, quedas de árvores e bloqueios de vias.
Nesta sexta-feira (22), o risco de desastres no
estado permanece alto, já que a previsão de tempo indica condições para
instabilidade. Até o momento, não há ocorrência envolvendo feridos ou mortos.
Em Rio dos Cedros, uma família com três pessoas
precisou deixar a residência momentaneamente por risco de deslizamento de terra
na noite de quarta-feira (20).
Em Timbó, no Vale do Itajaí, 14 pessoas ficaram
desabrigadas na quinta-feira (21). A prefeitura enviou os desabrigados para uma
escola na cidade e abriu dois abrigos para as famílias guardarem móveis e
objetos. Outras pessoas atingidas foram para casa de amigos ou parentes.
Casa é destruída por deslizamento e aumento do
nível de rios preocupa moradores
Chuva causa deslizamentos de terra, queda de
estruturas e prejuízos em SC
Chuva deixou ruas alagadas em Timbó na quinta-feira
— Foto: Luiz Sousa/ NSC TV
Apesar da chuva dos últimos dias, foi na manhã de
quinta que a diarista Meire Silva viu a água do Rio Benedito, que corta Timbó,
entrar rapidamente na residência onde mora. Sem conseguir tirar todos os
móveis, ela precisou deixar o local e recebeu ajuda de amigos.
"Perdi um monte de coisa, tem um monte de coisas dentro de casa. O que eu pude tirar estou tirando e estou indo embora. Estou indo na casa de amigos meus, que estão me abrigando, estão me dando um lugar pra colocar as minhas coisas. Aí não sei ... Se daqui uma semana ou alguns dias eu puder voltar.... Porque eu não tenho para onde ir", contou.
Cidades atingidas de 17 a 21 de janeiro
Pescaria Brava: deslizamento de pequena encosta,
derrubando muro no entorno de residência;
Bom Retiro: quedas de barreiras e danificando
bueiro;
Imbituba: oito residências alagadas;
Ilhota: bairros do município atingidos;
Rodeio: queda de muro, deslizamento de terra,
alagamentos;
Brusque: ocorrências relacionadas às chuvas;
Apiúna: quedas de barreiras e árvores;
Papanduva: quatro casas foram invadidas pela água;
Itaiópolis: alagamentos, com desmoronamento de
muros e comprometimento de moradias;
Benedito Novo: transbordamento na calha do Rio
Benedito, deslizamento de terras;
São João do Itaperiú: alagamentos em ruas urbanas e
rurais do município;
Balneário Piçarras: deslizamentos, alagamentos
enchente;
Jaraguá do Sul: deslizamento de terra e quedas de
árvores;
Rio dos Cedros: uma família desalojada;
Timbó: alagamentos e 14 desabrigados;
Florianópolis: deslizamento de terra e alagamentos;
São José: queda de árvores e alagamentos.
Morador de Florianópolis auxiliou na limpeza
Além do Vale do Itajaí, cidades do Norte
catarinense e Grande Florianópolis foram atingidas pela chuva.
Em Florianópolis, o professor de educação física
Vanderlei Lopes, de 43 anos, ajudou na limpeza da rua onde mora. Na quinta, um
deslizamento de terra bloqueou a entrada para bairro Lagoinha. A atitude fez
diferença na manhã chuvosa em que a Defesa Civil foi acionada em diversos
bairros da Capital.
A chuva provocou alagamentos e deslizamentos em vários
bairros. Em frente da casa de Lopes, na Estrada Jornalista Jaime de Arruda
Ramos, o trânsito foi bloqueado nos dois sentidos por algumas horas. Terra e
vegetação desceram da encosta, assustando a comunidade.
"Toda a pessoa de bem acho que tem isso de
ajudar o máximo possível, ainda mais hoje que com a chuva e a prefeitura e a
Defesa Civil estão abarrotados de coisas. A gente tenta ajudar o máximo
possível", contou.
A prefeitura também utilizou uma retroescavadeira
para retirar o entulho. O local foi monitorado, já que a previsão de chuva
permanece na região até esta sexta.
Segundo Luiz Eduardo Machado, chefe da Defesa Civil
do município, no terreno ao lado de onde ocorreu o deslizamento uma piscina que
estava transbordando foi interditada e o dono do local foi orientado a
esvaziá-la. A grande quantidade de água também estava sendo jogada para a
estrada.
"Nós já estamos com o solo bastante saturado,
então voltamos as atenções para as áreas de deslizamento. Então orientamos a
população que mora nessas encostas que, se observar poças inclinadas, árvores
inclinadas, movimentação de solo, procure local seguro", disse.
Do G1 SANTA CATARINA
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