CLAUDINEI ACUSA LABORATÓRIO QUE TESTOU VALDÍVIA DE TENTAR PREJUDICAR AVAÍ: "TEMPO RECORDE"


O técnico Claudinei Oliveira acusou o laboratório que fez os exames de Covid-19 dos jogadores do Avaí de tentar prejudicar o clube ao informar o caso positivo de Valdívia durante o jogo contra o CSA, na tarde deste sábado, em Maceió, pela Série B. O jogador foi substituído no intervalo ao ser avisado de que está com coronavírus.

 

A empresa, registrada como Lufer Laboratório de Análises Clínicas, pertence a Lumário Rodrigues, superintendente de futebol do clube alagoano.

 

- A gente não pode fazer juízo de caráter de ninguém, mas nunca vi um resultado tão rápido. Tudo indica que o laboratório é do vice-presidente do CSA. Vamos fazer a contraprova, ver o que dá. Eles se comprometeram a entregar na segunda-feira, entregaram em tempo recorde, para tentar pegar alguma coisa do nosso time, tentar nos prejudicar de alguma forma. Tivemos a ética de tirar o Valdívia, poderia ter falado que não chegou a comunicação. Assim que soube, o Dr. Pedro (Araújo) orientou a tirar - disse o treinador.

 

Avaí e CSA ainda sonham com o acesso à Série A. O time de Alagoas tem 53 pontos, em quinto. Os catarinenses aparecem em sétimo, com 49 (veja aqui a classificação da Série B).

 

Procurado pelo ge, Lumário Rodrigues disse que o exame seguiu o trâmite normal e que informou o Avaí assim que recebeu o resultado. Segundo o dirigente, nove pessoas do Leão fizeram o teste do tipo RT-PCR, como exige a CBF. De acordo com o protocolo, quem já teve a doença uma vez é dispensado de novos exames.

- O exame foi enviado ao supervisor Vinicius (Almeida). Mandei via WhatsApp perto das 16h38. Todos os exames juntos. Oito foram enviados, falta um. Normal, assim como fizemos com outros clubes, como o Juventude. Os clubes pedem urgência para saber se o jogador joga - falou o dirigente.

 

Segundo o Avaí, Valdívia testou negativo para o duelo com o CSA. Neste sábado pela manhã, os jogadores foram submetidos a novos testes, agora para o confronto com o Juventude, terça, em Florianópolis.

 

Valdívia será submetido a um novo exame e, caso seja confirmado o resultado positivo, permanecerá em Maceió para ficar isolado de outras pessoas pelo período de dez dias.

 

Clube e dono de laboratório divergem sobre exame


O protocolo criado pela CBF exige que os jogadores sejam testados para Covid-19 com no mínimo 72h de antecedência ao jogo. É normal que os clubes realizem os exames imediatamente depois de partidas, mesmo quando fora de casa.

 

O técnico Claudinei Oliveira disse que a intenção do Avaí era realizar a coleta de material para a testagem neste sábado, após a partida contra o CSA, mas o laboratório informou que não seria possível. Ainda segundo o treinador, para receber os resultados até segunda-feira, véspera da partida contra o Juventude, o teste não poderia ser feito no domingo.

 

- Quando chegamos aqui falamos em fazer o exame logo que acabasse o jogo ou então no domingo cedo antes de sair. O laboratório disse que depois do jogo não trabalhavam, no domingo não conseguiria entregar em tempo. Para entregar na segunda teria que ser feito no sábado de manhã. Para nossa surpresa, veio a informação para o Dr. Pedro que o resultado tinha chegado. A pessoa se deslocou do laboratório até o estádio para dar informação.

 

- Com o Santos aconteceu na Libertadores, mas foi saber depois do jogo, pode acontecer, pode ter acontecido até em jogos nossos. Jorginho (técnico do Figueirense), por exemplo, testou logo depois do clássico, quem sabe estava positivado no clássico, e a gente não sabia. Veio em tempo recorde, não sei se colocaram um motoboy no intuito de nos prejudicar - afirmou Claudinei.

 

O dono do laboratório, Lumário Rodrigues, no entanto, disse que sugeriu ao clube a realização do exame no domingo pela manhã, mas que o Avaí optou por realizar no sábado.

 

- Sugeri fazer no domingo de manhã. É uma empresa, o cliente é quem manda.

 

Executivo do Avaí questiona exame entregue ao delegado

Marco Aurélio Cunha, diretor executivo do Avaí, questionou o fato de o delegado da partida, Osvaldo Lourenço da Silva Junior, ter sido notificado do teste positivo antes do médico do clube.

 

Segundo Cunha, o delegado notificou o clube de maneira verbal, mas o Avaí exigiu um documento, que foi apresentado no intervalo da partida.

 

- Meu único questionamento, a má fé, é o exame vir aberto. O delegado da partida não tem nada com isso. Não tem culpa, nada contra. Recebeu a informação e falou com o médico.

 

O médico do Avaí, Pedro Araújo, em entrevista ao SporTV, corroborou a versão de Marco Aurélio Cunha.

 

- A notícia foi durante o jogo, pelo coordenador da CBF. Sem nenhum documento, e o jogo seguiu. Recebemos o documento no intervalo. O que soa estranho é a brevidade do resultado e que o vice-presidente do CSA é um dos donos do laboratório.

 

Lumário Rodrigues afirmou que o exame não foi entregue ao delegado da partida. Segundo ele, os testes foram enviados ao Avaí.

 

Procurada pelo ge, a CBF confirmou que o supervisor da partida foi informado por um profissional do laboratório.

 

- Durante o primeiro tempo do jogo de hoje contra o CSA, o Supervisor da partida foi informado do resultado do exame por um profissional credenciado do laboratório responsável. Por zelo, comunicou ao médico do Avaí que, após confirmar o resultado do exame enviado pelo laboratório, tomou a decisão de retirar o atleta do jogo - disse a entidade, por nota.


Do ge

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