Unidade
privada, que estava desativada desde 2018, vai contar com 100 leitos de UTI.
Investimento foi de R$ 20 milhões/Foto: Aluíso Moreira/SEI
A estratégia da Secretaria
de Saúde de Pernambuco no enfrentamento à Covid-19 era estar um passo à frente
da doença provocada pelo novo coronavírus. Para isso, foram impostas medidas de
distanciamento e isolamento social e iniciada uma corrida contra o tempo para
abrir novos leitos.
Mas, sem atingir o índice de
isolamento necessário, o Estado vê os hospitais incharem e a intenção de
retardar a aceleração da doença se tornou um plano frustrado. Dos 319 leitos de
terapia intensiva (UTI) destinados ao enfrentamento da doença, 99% estão
ocupados segundo o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.
O cenário abre uma nova e
dramática fase da epidemia no Estado, a de fila de espera por uma vaga em UTI.
"Esse número impõe uma situação crítica, que coloca pessoas mais tempo do
que deveriam em espera por um leito. Todo dia há um esforço enorme para abrir
leitos, mas aquele passo que estávamos à frente da epidemia, já não estamos
mais. Estamos alinhados, epidemia e leito. E isso é bastante preocupante, uma
vez que não estamos praticando as medidas de isolamento social”, explicou
Longo, em entrevista virtual concedida no fim da tarde desta segunda-feira
(20).
De acordo com as projeções
feitas acerca da doença e sua transmissibilidade mundo afora, 70% é o índice
mínimo ideal de engajamento da população com o isolamento social para que haja
uma cadencia menos agressiva do ritmo de aceleração de casos. Pernambuco oscila
na casa dos 50% de adesão, o que já evitou um número maior de mortes, mas não é
suficiente para achatar a curva epidêmica ao ponto de garantir atendimento
hospitalar a todos que necessitarem segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco
(SES-PE).
“Fazemos um apelo à
população, uma vez que o índice de isolamento tem caído e isso nos traz grande
preocupação e temor. Este isolamento moderado resultará em curva mais acelerada
de crescimento da epidemia e maior número de óbitos. Apelamos cada vez mais
pelo reforço da higiene, da etiqueta respiratória e de sair de casa apenas
quando estritamente necessário. Precisamos proteger a nossa saúde e a de quem a
gente gosta”, frisou o gestor.
"A Covid-19 tem uma
taxa de letalidade 10 vezes maior que a da última epidemia enfrentada aqui, a
H1N1, em 2009. Essa situação requer de todos nós um compromisso com esse
enfrentamento”, completou. A ocupação atual das enfermarias nas unidades
públicas é de 78% de um total de 327 leitos destinados ao enfrentamento da
doença.
Fonte : Via FolhaPE
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