O São
Paulo deu adeus à briga pelo título do Campeonato Brasileiro após empatar sem
gols com o Atlético-PR, neste sábado, no Morumbi. E agora o clube não deve mais
iludir seu torcedor: o discurso deve ser apenas de briga por vaga na Taça
Libertadores – que ainda não está assegurada.
Se o Palmeiras vencer o
Ceará neste domingo, no Pacaembu, a distância do São Paulo para o líder passa a
ser de nove pontos. E se o Santos vencer o Inter na segunda-feira, em Porto
Alegre, o Tricolor fica a oito pontos do primeiro time fora do G-6.
Não se trata de pintar um
cenário de terra arrasada, mas sim de realidade. O desempenho recente do São
Paulo não sugere uma reação rápida. Atrás na tabela, clubes como Grêmio, Santos
e o próprio Atlético-PR apresentam desempenho melhor no segundo turno.
Veja o desempenho no returno
dos times que brigam por Libertadores:
Santos – 21 pontos (segundo
colocado)
Atlético-PR – 19 pontos
(terceiro colocado)
Grêmio – 16 pontos (sexto
colocado)
Atlético-MG – 13 pontos
(décimo colocado)
São Paulo – 12 pontos (15º colocado)
Em meio à má fase, o técnico
Diego Aguirre pode sofrer críticas sobre vários aspectos do trabalho, mas não
pode ser acusado de se omitir. Mais uma vez, o técnico mudou a formação e
trocou cinco peças em relação à derrota para o Internacional – três por
necessidade, duas por opção. Ele não repetiu a escalação uma vez sequer de uma
partida para outra do Brasileirão.
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Apesar das mudanças nos
nomes, o que se viu foi mais do mesmo: um time sem imaginação, criação ou
capacidade de surpreender o adversário. Sem sair do lugar, o Tricolor acumula
tropeços (seis jogos sem vencer, apenas uma vitória nas últimas nove partidas)
e faz a torcida perder a paciência. Vaias e cobranças no fim do jogo são o
retrato de uma equipe que não consegue mais se encontrar.
Luta não falta, é verdade.
Mas só a vontade não será suficiente para triunfar – organização, criação no
ataque e padrão de jogo não fazem mal a ninguém. O próximo jogo é fora de casa,
contra o Vitória, sexta-feira que vem. A semana livre pode servir para
reflexão.
Melhores momentos de São
Paulo 0 x 0 Atlético-PR pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro
NENÊ AINDA FAZ A DIFERENÇA
Era claro que o São Paulo
sentiria falta da qualidade no passe e da organização de jogadas de Nenê –
ainda que o meia não esteja em sua melhor fase e tenha sido substituído nos
últimos três jogos. Mas o plano de Diego Aguirre não exigia a necessidade do
meia.
Com Gonzalo Carneiro bem
próximo de Diego Souza, mais Reinaldo e Rojas abertos, o São Paulo se viu com
um vazio no meio de campo, mas apostou em bolas longas e em erros do
adversário.
O melhor lance do Tricolor
no primeiro tempo, por exemplo, nasceu em um passe equivocado de Wellington que
caiu nos pés de Gonzalo – mais móvel, o uruguaio acertou belo drible da vaca em
Paulo André e cruzou para Diego Souza mandar a bola no travessão.
Gonzalo Carneiro cruza, e
Diego Souza cabeceia no travessão, aos 20' do 1º tempo
Ainda assim, foi pouco: só
33% da posse de bola e quatro finalizações. O Atlético-PR também levou pouco
perigo, tornando o jogo chato.
Com a entrada de Nenê, aos
23 do segundo tempo, na vaga de Diego Souza, o São Paulo renasceu ofensivamente
e mostrou que, por mais voltas que se dê, ainda é o veterano quem oferece
maiores chances de vitória. A bola que chutou na trave, a qualidade na criação
e a responsabilidade que assume fazem dele um dos mais queridos pelas
arquibancadas. Mas, sozinho, não resolve.
Em entrevista coletiva,
Diego Aguirre disse que esse elenco ainda "tem muito a dar". Já
mostrou que pode jogar melhor, sim, mas ainda é insuficiente para brigar em
igualdade com os peixes grandes desse Brasileirão. A realidade, repetimos, é a
Libertadores. O que já é bom.
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Fonte :ge
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