O presidente
Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (23) que pediu "trégua" de
dois ou três dias aos caminhoneiros para encontrar uma "solução
satisfatória" sobre o preço dos combustíveis.
Temer deu a declaração após
participar de um evento no Palácio do Planalto. Enquanto ele falava com a
imprensa, acontecia, também no palácio, uma reunião da Casa Civil com
representantes de caminhoneiros.
Caminhoneiros têm feito atos
em todos o país há três dias contra o aumento no preço do diesel. A Petrobras
já anunciou que a política de reajustes não mudará.
"Desde domingo, estamos
trabalhando nesse tema para dar tranquilidade não só ao brasileiro, que não
quer ver paralisado o abastecimento, e tentando encontrar uma solução que
facilite a vida dos caminhoneiros", afirmou o presidente.
"Até estou solicitando
e pedi que nesta reunião [na Casa Civil, entre representantes do governo e dos
caminhoneiros] se solicite uma espécie de trégua para que, em dois ou três
dias, possamos encontrar uma solução satisfatória para os caminhoneiros e para
o povo brasileiro", completou.
Diante da paralisação dos
caminhoneiros, o governo anunciou nesta terça (22) um acordo com o Congresso
Nacional para eliminar um dos tributos que incidem sobre o diesel quando o
Poder Legislativo aprovar o projeto de reoneração da folha de pagamento das
empresas - a votação ainda não tem data confirmada.
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Na prática, se Câmara e
Senado aprovarem a proposta da reoneração, a União terá aumento nas receitas e,
em troca, irá zerar a Cide que incide sobre o diesel. Segundo o Ministério da
Fazenda, a atual alíquota do tributo representa R$ 0,05 por litro do diesel.
Confederação dos
Transportadores
Após a reunião com os
ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e
Valter Casimiro (Transportes), o presidente da Confederação Nacional dos
Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, afirmou que o governo não
apresentou uma proposta concreta.
O encontro, de acordo com a
Casa Civil, reuniu 10 entidades nesta quarta. Segundo Diumar Bueno, ficou
acertada uma nova reunião nesta quinta (24), também no Palácio do Planalto.
"O governo não ofereceu
nada até agora. A proposta foi pedir um prazo para nós para que eles se
posicionem amanhã [quinta, 24] às 14h", disse o presidente da CNTA.
Ainda de acordo com o
presidente da entidade, os ministros na reunião explicaram a
"impossibilidade" de atender às reivindicações da categoria.
Sobre a possível eliminação
da Cide sobre o diesel, Bueno declarou: "Isso só é insuficiente, porque
isso representa R$ 0,05 no preço, se for passado para as bombas".
Questionado sobre se a
categoria atenderá ao pedido de "trégua" do governo, Diumar afirmou
que ficou apenas estabelecido o prazo para a nova reunião.
"Não se trata de
trégua, ele pediu um prazo para nos dar uma reposta, e o que foi estabelecido
hoje foi esse prazo até amanhã às 14h", declarou. "Infelizmente, o
governo está condicionando a paralisação nacional dos caminhoneiros permanecer
por mais um dia", completou.
Diumar também destacou que a
confederação avisou o governo sobre a insatisfação da categoria com o preço do
diesel, além do pedido pelo fim da cobrança de pedágio de caminhões que
trafegam vazios e com os eixos suspensos.
Fonte : G1
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