O irmão
da jovem espancada até a morte pelo namorado em Nova Iguaçu (RJ), na
segunda-feira (9), contou que Patrícia Mitie Koike, de 20 anos, tinha pouco
contato com a família que mora no Japão.
Em entrevista exclusiva ao
G1 pela internet, Lauro Hideki Koike, de 18 anos, afirmou que conversou com a
irmã pela última vez há uma semana por mensagem.
O distanciamento, segundo
ele, ocorreu após a mudança dela de Sorocaba (SP) para a Baixada Fluminense com
o namorado, Altamiro Lopes dos Santos.
O rapaz foi preso em
flagrante por homicídio e ocultação de cadáver. Segundo a polícia, ele
confessou que brigou e agrediu a jovem.
Lauro e os pais souberam da
morte da jovem por meio de familiares que moram no Brasil. Horas depois, ele
postou no Facebook uma mensagem dizendo que Patrícia foi vítima de um relacionamento
abusivo.
Câmeras de segurança de um
posto de combustíveis na Baixada Fluminense mostram Altamiro chegando de carro
e, minutos depois, várias pessoas olharam para dentro do carro.
Assim que viram a jovem
desacordada, os moradores acionaram a Polícia Militar. O suspeito tentou fugir
da abordagem e foi preso em flagrante.
Falta de contato
Lauro contou que a irmã foi
morar no Rio de Janeiro antes da viagem dele com os pais. "Ela queria
focar nos estudos e acabamos deixando ela seguir esse caminho, queria fazer
medicina." De acordo com o jovem, os pais estão em estado de choque com a
morte de Patrícia.
Os três trabalham em
indústrias e ainda não têm previsão de voltar ao Brasil. Apesar de amigos terem
comentado nas redes sociais que o motivo da discussão entre o casal poderia ser
o fato de Patricia querer ir morar no Japão, o irmão nega a informação.
“Nunca tocou no assunto, não
sabemos se ela realmente tinha vontade de vir pra cá”, afirmou Lauro.
Os trâmites legais para
liberação do corpo de Patrícia são feitos pelos tios. O enterro da jovem está
previsto para esta quarta-feira (11), às 16h, em Sorocaba.
Ao G1, o rapaz ressaltou que
a família não tinha nenhum contato com Altamiro e que não chegaram a conhecer a
casa da irmã no Rio de Janeiro.
Apesar das brigas constantes
do casal, ainda na época da adolescência, Lauro diz que Patrícia nunca relatou
ameaças ou qualquer tipo de violência.
"Mesmo por ligação,
nunca percebemos nada de diferente. Só a indiferença em relação a comunicação
com nós, que eu creio que vinha dele." Apesar da distância, Lauro espera
por Justiça e espera que não ocorram mais casos de feminicídio. "Isso
basta já, é uma dor imensurável para uma mãe perder uma filha dessa
forma."
Entenda o caso
Segundo informações da
polícia, Altamiro confessou que o casal brigou e ele espancou a namorada, mas
que no momento em que parou o carro no posto de combustíveis tentava socorrer a
jovem.
Patrícia foi levada ao
Hospital Geral de Nova Iguaçu mas, de acordo com a equipe médica, já chegou sem
vida. A hipótese é de que ela estava morta há mais de 24 horas.
Os policiais militares de
Nova Iguaçu prenderam Altamiro em flagrante por homicídio e ocultação de
cadáver e acionaram a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, que
investiga o caso.
Fonte : G1
0 Comentários