Fuga
dos holofotes, paixão pelo futebol de base e longo tempo de casa. As
credenciais de Carlos Noval, novo diretor de futebol do Flamengo, são
conhecidas no clube. Cria de José Carlos Dias, vice de finanças na gestão
Márcio Braga, e remanescente da era Patrícia Amorim, assume um desafio que não
estava no planos.
+++ Veja mais notícias do
Flamengo
SANGUE RUBRO-NEGRO E
EXPERIÊNCIA EM GESTÃO
Noval "vive" o
Flamengo desde garoto e tem os anos de 1980 e 1981 marcados na memória,
justamente quando o pai também foi diretor do clube. A experiência no mercado
financeiro fez organização e gestão virarem prioridades no trabalho de formação
de atletas. O foco era dar continuidade ao projeto da base rubro-negra,
iniciado em 2010, que rendeu conquistas importantes, dentro e fora de campo. A
necessidade, porém, desviou a rota.
+++ Captação, R$ 17 milhões
e Bandeira: Noval explica "base forte"
Com a discrição como
carro-chefe, Noval tem pela frente uma panela de pressão: a eliminação para o
Botafogo na semifinal do Carioca e o desempenho irregular desde os primeiros
jogos do ano. O resultado e as atuações estremeceram o departamento de futebol,
que agora conta com um profissional "honesto e trabalhador" - como é
descrito pelos companheiros - para reverter o quadro no decorrer da temporada.
MODERNIZAÇÃO DA BASE
Em 2010, ainda com Patrícia
Amorim no comando do Flamengo, Carlos Noval assumiu o departamento de futebol
com a missão de fazer novamente do clube um formador de atletas. O trabalho
partiu da modernização da categoria de base: as melhorias foram primeiro
estruturais, mas passaram pelo número de profissionais envolvidos com os
garotos e maior orçamento.
- Naturalmente as coisas
andaram, melhorias de estrutura, tanto física quanto material humano,
orçamento. Nós saímos de um orçamento de R$ 9 milhões, fomos evoluindo e hoje
estamos entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões. Isso tudo contribui.
Consequentemente você forma um jogador muito mais preparado para um alto
rendimento.
BOA RELAÇÃO COM A DIRETORIA
Carlos Noval foi nome de
consenso entre Eduardo Bandeira de Mello e o CEO Fred Luz. O bom relacionamento
- até mesmo com o antecessor Rodrigo Caetano -, fruto do diálogo entre base e
profissional, foi um dos pontos decisivos para a decisão da diretoria.
- O investimento subiu
dentro da gestão dele (Bandeira). Eles tiveram grande mérito de terem entendido
que a base é investimento, e estão com isso na cabeça, muito focados. Ele,
Rodrigo Caetano, Fred Luz também. Temos um VP hoje, que é o Luis Gustavo, nos
ajuda muito no processo. Só tende a cada vez mais melhorar e crescer o
investimento - disse Noval em janeiro em entrevista ao GloboEsporte.com.
TRI DA COPINHA
Internamente o trabalho de
Carlos Noval ganhou elogios. A evolução ficou escancarada também para os
torcedores nos números: o Flamengo retomou o papel de protagonista na base,
tendo como mentalidade brigar por todos os títulos. E eles vieram, nas mais
diversas categorias. Os mais importantes na principal competição de jovens do
país.
Logo após assumir, Noval
comemorou a primeira conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2011.
Soltou o grito novamente em 2015. Três anos mais tarde, coroou o trabalho com o
tricampeonato contra o São Paulo, num Pacaembu lotado.
SEM OBA-OBA
Noval acredita no trabalho
"formiguinha", com todos trabalhando juntos e cada um com sua
responsabilidade. No período na base, preferia deixar os garotos longe de
qualquer tipo de situação que pudesse tirar o foco das competições e
treinamentos. Não joga para a galera e muito menos é adepto do
"oba-oba".
Durante a conquista do tri da
Copinha, em São Paulo, acompanhou de perto a evolução da equipe e interferiu em
decisões diretas, até mesmo processos internos do clube.
PROXIMIDADE COM OS JOVENS
Durante o tempo na base,
Noval deixou claro que a mentalidade do clube era formar jogadores para o
profissional. E assim aconteceu com vários, como Vinicius Junior, um dos xodós
da torcida e já negociado com o Real Madrid.
Com os garotos, o cuidado. A
preocupação com a profissionalização da categoria de base do Flamengo passava
pelo olhar de necessidade para uma estrutura para os meninos que chegavam ao
clube. Quando os jogadores chegavam ao profissional, o monitoramento
continuava.
Por vezes Noval apareceu no
treinamento dos profissionais no Ninho do Urubu para observar os garotos. Era
comum a imagem do agora diretor com Jean Lucas, Vinicius Junior e Lincoln após
atividades comandadas por Carpegiani.
Fonte : ge
0 Comentários