Wang Fuman, o menino chinês
de oito anos que se tornou conhecido mundialmente após ser fotografado ao
chegar à escola com cabelos e sobrancelhas congeladas, teve sua primeira
oportunidade de conhecer um aquecedor neste sábado (20), quando iniciou uma
viagem de três dias a Pequim.
Acompanhado por sua irmã de
10 anos, Wang Fumei, e pelo pai, Wang Gangkui, o menino fez sua primeira grande
viagem para conhecer os principais pontos turísticos da cidade e também tem
programada uma visita à maior escola de polícia do país, já que revelou em uma
entrevista que gostaria de se tornar um policial.
Segundo o jornal “Beijing
News”, a primeira coisa a impressionar Fuman foi a temperatura, bem mais amena
do que na província de Yunnan, onde ele mora, e o eficiente sistema de
aquecimento.
“É muito frio em casa, mas
bem quente em Pequim. Em casa, temos que queimar carvão à noite para nos
aquecer. Aqui as salas são tão quentes – só preciso usar uma camada de roupa. É
a primeira vez que eu vejo aquecedores. É realmente um milagre”, disse o
menino.
Ele também demonstrou
curiosidade em saber como as crianças da cidade vão à escola, e se elas
precisam enfrentar dificuldades como ele, que caminhou por mais de uma hora em
temperaturas negativas no dia em que a famosa foto foi tirada. Além disso, ele
estuda em uma escola onde as salas não possuem aquecimento.
A viagem de Fuman e sua
família foi programada e paga pelo site de propaganda China Peace, controlado pela
Comissão de Política Central e Assuntos Legais do Partido Comunista chinês. O
site de notícias Btime, também estatal, colaborou, de acordo com o South China
Morning Post.
Doações e emprego
Depois que a história do
menino, apelidado de “Garoto de gelo” pela imprensa chinesa, se tornou
conhecida, ele e sua escola receberam uma série de doações. Seus colegas foram
beneficiados com agasalhos e dinheiro para que o prédio ganhe um sistema de aquecimento.
No entanto, as autoridades
da província de Yunnan estão sendo criticadas porque apenas uma pequena parte
das doações foi entregue à sua família. Dos cerca de 300 mil yenes arrecadados
(cerca de R$ 150 mil), 100 mil (R$ 50 mil) foram para a escola e apenas 8 mil
(aproximadamente R$ 4 mil) acabaram nas mãos dos pais do menino.
A maior vantagem parece ter
sido o fato de que o pai da criança recebeu a oferta de um emprego em sua
cidade, tendo a chance de ficar perto dos filhos. Wang Fuman e seus irmãos
fazem parte de uma categoria conhecida na China como crianças “deixadas para
trás”, filhos de pessoas que são obrigadas a deixá-los sob cuidados de outros
por longos períodos para trabalhar em cidades distantes.
Quando a foto do menino
começou a circular na internet, o pai dele estava ausente havia quatro meses,
trabalhando na capital de sua província, a cidade de Kunming. Wang Gangkui diz
que seu coração “doeu” quando viu a imagem, mas que não tinha escolha, já que
sem trabalho seus filhos passariam fome.
Fonte : Ge
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