Pela primeira vez no Brasil, a
mediana da idade de internações em UTIs de todo o país esteve abaixo dos 60
anos, informou a Fiocruz no "Boletim do Observatório Covid-19"
divulgado nesta sexta-feira (21).
De acordo com a fundação, a mudança
aparece na análise que compara a semana epidemiológica 1 (3 a 9 de janeiro) e a
18 (2 a 8 de maio) de 2021. A idade mediana é calculada de acordo com os anos
colocados em ordem crescente ou decrescente e mostra o valor central da lista.
Por exemplo: se o Brasil tivesse apenas 7 pessoas com Covid-19, com as
seguintes idades: 59, 60, 62, 63, 67, 68, 70, a idade mediana seria 63 anos.
"Foi verificado que a mediana da
idade das internações hospitalares (idade que delimita a concentração de 50%
dos casos) foi de 66 anos na SE 1 para 55 anos na SE 18. Já a mediana de idade
de internações em UTI foi de 68 anos na SE 1 para 58 anos na SE 18",
informou a Fiocruz
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Os pesquisadores afirmam que
"isto significa dizer que mais da metade dos casos de internação
hospitalar e internação em UTI ocorreram entre pessoas não idosas".
"Para os óbitos, embora a
mediana ainda seja superior a 60 anos, ao longo de 2021 ela caiu em um patamar
de 10 anos", analisa a fundação.
O dado é mais um indício do
rejuvenescimento da pandemia, que cada vez mais afeta adultos e não está mais
concentrada em idosos.
“Diferente das últimas semanas, mais
da metade dos casos de internação hospitalar e internação em UTI ocorreram
entre pessoas não idosas. Em relação aos óbitos, embora a mediana ainda seja
superior a 60 anos, ao longo deste ano houve queda num patamar de 10 anos. Os
valores de mediana de idade dos óbitos foram, respectivamente, 73 e 63 anos",
aponta o boletim.
"O rejuvenescimento, por um
lado, pode ser uma expressão da eficácia da vacinação, ao notar uma retração na
contribuição de idosos longevos nos casos e óbitos nas semanas mais recentes.
(...) A mensagem é clara: é preciso olhar para os mais jovens, e alertá-los de
que eles não estão imunes à pandemia", alertam os pesquisadores da
Fiocruz.
Casos de SRAG
A análise da Fiocruz ainda mostra um
aumento das notificações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A SRAG
pode ser causada por vários vírus respiratórios, mas, neste ano, cerca de 99%
dos óbitos por SRAG são causados pela Covid-19.
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casos de síndrome respiratória aguda, diz Fiocruz
Segundo a Fiocruz, a diferença na
incidência de casos nos estados entre os momentos das semanas epidemiológicas 8
e 9 e as semanas 18 e 19 mostram que poucos estados estão em patamar
significativamente menor. São eles: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Amapá, sendo que
Mato Grosso, Paraná e as capitais dos estados da região Sul apresentam sinais
de aumento.
Do G1
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