NÚMERO DE REFEIÇÕES A R$ 1 SERVIDAS POR PROGRAMA DO GOVERNO DE SP CRESCE 60% DURANTE A PANDEMIA


O número de refeições servidas mensalmente pelo Bom Prato, programa estadual de alimentação a baixo custo destinado à população vulnerável, saltou de 2 milhões para 3,2 milhões em razão da pandemia do novo coronavírus. É o que afirma a secretária estadual de Desenvolvimento Social, Célia Parnes.

 

O Bom Prato oferece café da manhã a R$ 0,50 e almoço e jantar a R$ 1 sete dias por semana. O programa disponibiliza ainda as três refeições diárias gratuitamente a mais de 50 mil sem-teto cadastrados em programas de acolhida das prefeituras de todo o estado.

 

Antes da pandemia, o programa não oferecia o jantar a R$ 1 nem as refeições gratuitas à população em situação de rua. O atendimento até se restringia ao período de segunda-feira a sexta-feira. Agora, funciona também aos fins de semana.

 

"Inclusive, [cresceu] a demanda de pessoas que passaram a retirar mais de uma embalagem para si e para seus familiares", diz a secretária Célia Parnes.

 

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, atualmente, existem 59 restaurantes do programa em todo o estado. Vinte e dois deles ficam na capital paulista.

 

Para evitar aglomerações dentro dos restaurantes, após o início da pandemia, a Secretaria de Desenvolvimento Social decidiu distribuir em marmitas acondicionadas em embalagem descartável.

 

Público novo


Segundo a secretária Célia Parnes, um público novo está recorrendo às refeições subsidiadas pelo programa estadual. "São muitas pessoas que nem conheciam as refeições do Bom Prato e agora estão recorrendo a essa alimentação. De fato, um público novocomo agora os invisíveis, pessoas que perderam suas atividades, seu trabalho e famílias inteiras.”

 

De acordo com a secretária, dado esse formato ampliado do programa, um ano de pandemia fez o governo do estado bancar R$ 170 milhões para subsidiar as refeições oferecidas à população vulnerável.

 

Esse novo esquema de funcionamento do Bom Prato valerá até pelo menos até o fim de abril. Uma prorrogação desse modelo pode acontecer e vai depender da situação da pandemia do novo coronavírus.

 

Pandemia da fome


Na avaliação do padre Julio Lancelotti, vigário episcopal para a População de Rua da Arquidiocese de São Paulo, nas paróquias que atendem a população vulnerável da capital paulista, houve durante a pandemia um crescimento de 50% do número de pessoas que buscam cestas básicas.

 

"Há uma busca muito grande. Só na Casa de Oração do Povo da Rua do Povo de São Paulo são feitos mais de 2.000 pães por dia para atendimento de pessoas que estão na região da Luz e também na região da Mooca e nas nossas comunidades, nas paróquias, que têm uma presença capilar pela arquidiocese, há um crescimento de mais de 50% de pessoas que buscam cestas básicas", afirmou.

 

De acordo com ele, São Paulo vive atualmente duas pandemias. “Hoje, nós temos uma pandemia, que é a pandemia do coronavírus, e a pandemia da fome, que vai atingindo um número cada vez maior de pessoas na nossa cidade.” “Muitas pessoas que ainda estão com lugar para morar têm de ficar com uma opção: ou morar ou comer. Então, alguns conservam o lugar para dormir mas têm de ficar na rua durante o dia para garantir.


Do G1

Postar um comentário

0 Comentários