Um estudo publicado na
plataforma bioRxiv mostrou que duas vacinas chinesas contra a Covid-19 – a
BBIBP-CorV, da Sinopharm, e a ZF2001, da Anhui Zhifei Longcom e Academia
Chinesa de Ciências Médicas – conseguiram neutralizar uma mutação do
coronavírus em laboratório. Os resultados foram divulgados em versão prévia da
pesquisa, sem revisão por outros pesquisadores e nem publicação em revista
científica. Nenhuma das duas vacinas está sendo testada ou foi aprovada no
Brasil.
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Segundo o estudo, as vacinas
neutralizaram a variante 501Y.V2 do vírus, que foi detectada pela primeira vez
na África do Sul.
Os cientistas usaram soros de
12 participantes dos dois ensaios clínicos para saber se as vacinas eram
capazes de combater a variante. Segundo o estudo, os imunizantes seguem
neutralizando a variante sul-africana, com uma taxa um pouco menor de eficácia.
“Todas as 12 amostras
preservaram amplamente a neutralização da variante 501Y.V2. Esses resultados
sugerem que a variante não escapa da imunidade induzida por vacinas
direcionadas à proteína S RBD (como a ZF2001) ou vírus inteiro (como a
BBIBP-CorV)”, disseram os pesquisadores.
A vacina da Sinopharm usa o
vírus inativado, mesma tecnologia da CoronaVac – imunizante que está sendo
aplicado no Brasil. Já a vacina da Anhui Zhifei Longcom usa a subunidade de
proteína, mesma tecnologia da Novavax.
“A eficácia das vacinas atuais
contra essa variante é de grande importância para orientar o programa de
vacinação em andamento em todo o mundo", completam os pesquisadores do
estudo.
OUTROS ESTUDOS
Nas últimas semanas, a Pfizer
e a Moderna anunciaram que suas vacinas contra a Covid-19, ambas com a
tecnologia de RNA mensageiro, conseguiram neutralizar duas variantes do
coronavírus em laboratório: a britânica (B.1.1.7) e a sul-africana (B.1351 ou
501Y.V2).
A Johnson anunciou que sua
vacina, que usa o RNA do coronavírus carregado por outro vírus para dentro do
corpo (tecnologia de vetor viral), teve 57% de eficácia contra a variante da
África do Sul. O índice foi menor do que o encontrado para outras variantes do
vírus, mas acima do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
que é de 50%.
Do G1
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