A Prefeitura de Manaus decidiu não liberar as
escolas municipais para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
que tem a primeira prova marcada para domingo (17) e o seguinte (24). A
informação foi divulgada nesta quarta-feira (13) pela Secretaria de
Comunicação.
A capital vive um novo surto da Covid-19 e
sofre mais uma vez com hospitais e cemitérios lotados. Em 12 dias, o número de
novas internações superou o total de abril e colocou janeiro como o mês com
mais hospitalizações pela doença. Na terça (12), houve recorde de enterros
diários, desde o começo da pandemia, e registrou 166 sepultamentos. Do total de
mortes, 85 tiveram a causa declarada como Covid-19.
A medida de não liberar escolas municipais,
segundo a Prefeitura, é para evitar aglomerações nas unidades de ensino e a
propagação da Covid-19. Ainda conforme o poder municipal, a Secretaria
Municipal de Educação (Semed) enviou ao Ministério Público Federal (MPF-AM) um
ofício com os motivos da não liberação.
O documento também pede o adiamento da prova.
“É uma temeridade, sobretudo nesse momento. Hoje é dia 13. A prova será daqui a
quatro dias e sabemos que a situação de Manaus em relação a pandemia não vai
acalmar até lá. Abrir as escolas para o Enem representa aglomeração na frente e
no interior delas. Enviamos as nossas razões ao Ministério Público e também
sugerimos que o Enem seja adiado”, informou o secretário.
O Conselho Nacional de Secretários de Educação
(Consed) emitiu nota na noite desta terça-feira (12) em que diz ter preocupação
com a realização do Exame durante a pandemia. As provas impressas estão
marcadas para o próximo domingo (17).
Segundo o Consed, o grupo se reuniu com o Inep,
autarquia do Ministério da Educação responsável pelo exame, para expor a
preocupação. O governo garantiu ao Consed que os protocolos de biossegurança
estabelecidos pelas autoridades sanitárias serão seguidos.
A Justiça Federal em São Paulo negou o pedido
de adiamento das provas. Com isso, estão mantidas as datas de realização da
prova. De acordo com a decisão, caso uma cidade tenha elevado risco de contágio
que justifique medidas severas de restrição de circulação, caberá às autoridades
locais impedirem a realização da prova. Se isso acontecer, o Inep, responsável
pela prova, terá que reaplicar o exame.
No Amazonas, as Defensorias Públicas do Estado
e da União (DPU) recomendaram ao Governo do Amazonas que a aplicação do Exame seja
adiada em todos os municípios amazonenses. O Governo do Amazonas tem 24h para
responder ao documento e, em caso de descumprimento da recomendação, DPE-AM e
DPU podem ingressar com ações judiciais cabíveis.
O exame terá 14 mil locais de prova e 205 mil
salas em todo o país. O balanço com número de cidades que terão Enem só será
divulgado após a aplicação, segundo o Inep. Em relação aos estados, SP é o que
tem o maior número de inscritos (910.482), seguido por MG (577.227) e BA
(446.978). Os estados com menor número de inscritos são RR (16.897), AC
(41.841) e AP (47.279).
Do G1 AMAZONAS
0 Comentários