A taxa de desocupação nos Estados nortistas atingiu 16,2%, na quarta semana de agosto, um aumento de 3,6 pontos percentuais frente à semana anterior (12,6%). Com isso, atingiu o maior patamar da série histórica da pesquisa, iniciada em maio.
Essa alta acompanha o aumento na população desocupada na semana, representando cerca de 270 mil a mais de pessoas à procura de trabalho na região, totalizando 1,21 milhão de desempregados. Os dados são da edição semanal da PNAD Covid, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apenas a região Norte aumentou a proporção de desocupados nas duas últimas semanas, enquanto as demais mantiveram a estabilidade. O aumento nortista influenciou, diretamente, para que a taxa nacional também chegasse na quarta semana de agosto ao maior nível desde maio, 14,3% – 1,1 ponto percentual superior à terceira semana de agosto (13,2%). Em números, são 13,7 milhões de desempregados no País, um incremento de 1,1 milhão em relação a semana anterior.
A coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, ressalta o crescimento da taxa de desocupação, que era de 10,5% no início de maio, e explica que a alta se deve tanto às variações negativas da população ocupada quanto ao aumento de pessoas que passaram a buscar trabalho. “No início de maio, todo o mundo estava afastado, em distanciamento social, e não tinha uma forte procura [por emprego]. O mercado de trabalho estava em ritmo de espera para ver como as coisas iam se desenrolar. As empresas estavam fechadas e não tinha local onde essas pessoas pudessem trabalhar. Então, à medida que o distanciamento social vai sendo afrouxado, elas vão retornando ao mercado de trabalho em busca de atividades”, analisa a pesquisadora.
A pesquisa também indica mudança no comportamento da população em relação às medidas de isolamento social. O número de pessoas que ficaram rigorosamente isoladas aumentou pela segunda semana seguida na região Norte. Entre 23 e 29 de agosto, 1,08 milhão de nortistas seguiram essa medida de isolamento, uma alta de 22,3% em relação aos 824 mil que estavam nessa situação na semana anterior. Em todo o País, por outro lado, houve queda de 6,5%, reduzi de 41,6 milhões de pessoas para 38,9 milhões.
A coordenadora da pesquisa afirma que há relação entre o aumento das pessoas em busca de trabalho e a flexibilização do isolamento. “A gente está vendo uma maior flexibilidade das pessoas, uma maior locomoção em relação ao mercado de trabalho, pressionando o mercado de trabalho, buscando emprego. E esses indicadores ficam refletidos no modo como eles estão se comportando em relação ao distanciamento social”, diz Maria Lucia.
Já a parcela da população que ficou em casa e só saiu por necessidade permaneceu estável. São 7,5 milhões de pessoas nessa situação, representando 15% da população da região. Em todo o País, são 88,6 milhões (41,9%). Houve estabilidade também no contingente dos que não fizeram restrição, chegando a 1 milhão de pessoas no Norte e 5 milhões no País todo, e dos que reduziram o contato, mas que continuaram saindo de casa ou recebendo visitas, situação de 6,74 milhões de nortistas e 77 milhões de brasileiros.
“Todo o mundo estava afastado, em distanciamento social, e não tinha uma forte procura [por emprego].”
️Fonte: ️Mundo News
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