LAVA JATO DENUNCIA BETO RICHA POR CORRUPÇÃO, LAVAGEM DE DINHEIRO E FRAUDE EM LICITAÇÃO NA PR-323

A força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) por corrupção, lavagem de dinheiro e fraude na licitação para as obras de duplicação na PR-323.
                                                        
A denúncia foi apresentada na nesta quarta-feira (5) à 23ª Vara Federal de Curitiba.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o consórcio composto pela Odebrecht e Tucumann Engenharia foi favorecido na licitação de duplicação da rodovia que liga Maringá, no norte do Paraná, a Francisco Alves, no noroeste.

Segundo a denúncia, o grupo político do ex-governador recebeu vantagens indevidas de cerca de R$ 7 milhões para afastar potenciais concorrentes na licitação.

A defesa de Richa afirma que ele não cometeu nenhuma irregularidade e que o ex-governador é inocente.

Além de Beto Richa, também foram denunciados José Richa Filho, irmão de Beto e ex-secretário de Infraestrutura e Logística, Ezequias Moreira, ex-secretário especial de Cerimonial e Relações Exteriores, Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa, e Dirceu Pupo Moreira, contador de Beto Richa.

Os executivos da Tucumann Engenharia Rafael Gluck e José Maria Ribas Mueller também foram denunciados pelo MPF.

O ex-chefe de gabinete da gestão de Beto Richa, Deonilson Roldo, e outras dez pessoas, entre executivos da Odebrecht e operadores, já são réus nesta mesma investigação.

A INVESTIGAÇÃO

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o Grupo Odebrecht fez, no primeiro semestre de 2014, um acordo ilícito com Deonilson Roldo para que a concorrência fosse limitada na licitação da Parceria Público-Privada (PPP) para as obras na rodovia.

O consórcio liderado pela Odebrecht e Tucumann Engenharia foi o único a participar da licitação e venceu. A estrada é considerada uma das mais perigosas do estado, mas a obra nunca saiu do papel.

Os procuradores afirmam que lançamentos registrados no sistema de contabilidade informal da Odebrecht mostram o pagamento de pelo menos R$ 3,5 milhões em espécie a Deonilson Roldo.

A denúncia cita também outra vantagem indevida, no valor R$ 3,4 milhões, em cotas de um imóvel cedidas a Beto Richa por executivos da Tucumann Engenharia.


"Vale frisar que, embora Luiz Abi Antoun, Dirceu Pupo Ferreira, Beto Richa, José Richa Filho e Ezequias Moreira não tenham recebido os valores diretamente em todas oportunidades, justamente para ocultar a real destinação do numerário, todos tinham consciência das entregas de valores e acompanharam as entregas mediante dezenas de ligações telefônicas", afirma a denúncia.

A Parceria Público Privada (PPP) para reformas no local previa investimentos de mais de R$ 7 bilhões, a duplicação de 207 quilômetros da PR-323 e trechos com pedágio após a entrega da rodovia, além de 30 anos de concessão.

Do valor total, o contrato previa que R$ 3,6 bilhões seriam investidos em outras obras, além de manutenção, conservação e serviços aos usuários.

O QUE DIZEM OS CITADOS

A defesa de Beto Richa afirmou que ele não cometeu nenhuma irregularidade e que "sempre esteve á disposição para prestar esclarecimentos, reiterando assim, a inocência do ex-governador e a confiança no Poder Judiciário
Fonte : G1

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