O
presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (1º) que gostaria que o
Congresso mantivesse estados e municípios dentro da reforma da Previdência
enviada pelo governo. Ele ponderou, porém, que o "impasse" sobre o
tema deve ser resolvido pelos parlamentares e, portanto, disse não ter
"nada a ver com isso".
Nos últimos dias, deputados
têm feito pressão para que o relator da reforma na comissão especial da Câmara,
Samuel Moreira (PSDB-SP), deixe as previdências estaduais e municipais de fora
do texto.
Na semana passada, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu que a pressão para retirar
estados e municípios da reforma da Previdência é grande. Na avaliação de Maia,
um dos principais fiadores da PEC que altera as regras previdenciárias, é
"difícil" manter servidores estaduais na reforma.
"Isso está sendo acertado
pela Câmara. O que nós gostaríamos é que fosse tudo junto, mas como tem
partidos que querem que aprove [sem estados e municípios], e eles votando ao
contrário, então há esse impasse dentro da Câmara, Eu não tenho nada a ver com
isso. Não tenho nada a ver com isso, a Câmara que decide agora", disse
Bolsonaro, após almoçar na casa de um amigo militar.
Questionado sobre se o governo
teria alguma preferência, o presidente repetiu o que vem dizendo em declarações
públicas, de que gostaria de ver aprovado o texto original da proposta.
"Eu quero aprovar a
reforma basicamente como chegou lá, eu espero que o pessoal se entenda. Tem
parlamentar reclamando: 'Olha, a gente quer votar, mas o colega de tal partido
quer que ela passe, mas ele votou no contrário porque tem algum desgaste no
estado'. É esse o problema que está acontecendo dentro da Câmara",
afirmou.
O presidente disse ainda que
todos os demais projetos econômicos "nascerão" da reforma da
Previdência. Para ele, a PEC é a "reforma mãe" do governo.
RELATOR
Também neste sábado, o relator
da proposta reuniu-se em Brasília com integrantes da área técnica do governo.
Após o encontro, Samuel Moreira afirmou que o déficit previdenciário de estados
e prefeituras soma R$ 96 bilhões por ano.
Ele disse, porém, que isso é
um assunto "polêmico e grave" e que ainda não decidiu se irá mexer
neste ponto no parecer final.
Indagado pelos repórteres ao
final da reunião com a área técnica do governo federal sobre a pressão política
para retirar estados e municípios da reforma, ele disse que "não há
qualquer cálculo eleitoral que possa ser maior que a responsabilidade nesse
momento".
A expectativa do relator é de
apresentar o parecer final à comissão especial no fim da próxima semana. Até
lá, ele pretende continuar conversando e negociando com líderes partidários
para tentar construir um texto que atraia os votos do Centrão.
Fonte : G1
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