A
tentativa de homicídio ocorreu na madrugada do sábado, dia 08 de dezembro,
vitimando a transexual Kamila França, de 23 anos de idade, em São Domingos
distrito do Brejo da Madre de Deus. A vítima foi estava
bebendo com um elemento que ainda não teve o nome divulgado, quando acabou
sendo golpeada pelo indivíduo com um facão.
Kamila conseguiu correr até a Policlínica de
São Domingos aonde recebeu os primeiros atendimentos médicos e foi transferida
em estado grave com ferimentos nas mãos, braços e cabeça para o HRA – Hospital
Regional do Agreste – de Caruaru de onde foi novamente transferida para o
Hospital da Restauração (HR) no Recife onde permaneceu internada até o domingo
(09), quando recebeu alta médica.
Kamila falou com exclusividade ao Blog Agreste
Notícia, contando como tudo aconteceu e revelando que ainda não sabe se voltará
a morar em São Domingos, pois no momento, está em casa de familiares e focada
na sua recuperação.
Quando indagamos como tinha acontecido a
tentativa de homicídio e o motivo, ela foi enfática, afirmando que o seu algoz
a chamou para beber e depois queria manter relações sexuais com ela, como a
vítima se negou, irritado, o acusado teria tentado ceifar sua vida e não
conseguiu, segundo ela, devido seus gritos por socorro.
“Estava indo comprar cigarros quando encontrei
ele e outro, eles me chamaram para beber com eles. Papo vai, papo vem e ele
pediu para termos relação, porém, eu disse não, se tivesse me chamado para
beber nessa intenção estava enganado, nisso não tinha quase ninguém na rua do
acontecido. Fomos andando e quando menos esperei, uma pancada na minha cabeça,
em seguida mais outra e na terceira eu segurei o objeto que até então pensava
que era um pedaço de madeira, torci o objeto até o objeto soltar da mão dele e
cair no chão. De imediato corri e gritei, creio que não fui seguida e
assassinada pelo fato do alarde que fiz, pois claro que se eu só tivesse
corrido, eles iriam atrás, isso é fato! Quando cheguei na Rua da Frente percebi
que estava molhada, até então, achei que era suor porque não estava sentindo
dores alguma, naquele momento olhei para trás e vi muito sangue, isso me
assustou, pois nunca tinha saído tanto sangue de mim e comecei a passar mal,
fui a policlínica e bati no vidro da janela, já que tentava falar e não
conseguia, até que os meninos de lá, me ajudaram”, narrou o acontecimento.
No final da entrevista, Kamila ainda falou do
preconceito de muitas pessoas, que, segundo ela, desvirtuam a culpa do agressor
para as vítimas, quando essas, são gays.
“Algumas pessoas precisam parar de achar que
porque um gay, uma travesti ou uma transexual, é agredida, a culpa é de nossa
classe, pois na maioria das vezes é mais fácil acreditar no agressor, por ele
ser heterossexual, ter um trabalho ou uma família. No meu caso, ouvi gente
falar que eu merecia porquê soltava piadinhas para homens, digo e repito,
mentiras, procurem saber de quem me conhece, quem me conhece sabe do meu jeito
de agir e tomar minhas decisões, parem de defender quem lhe convém, haja com a
verdade e seu caráter. Só um alerta, hoje é comigo, amanhã pode ser com
qualquer um”, desabafou.
Fonte : Blog Agreste Notícia
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