O dólar
fechou em forte queda nesta terça-feira (9), com os investidores ainda reagindo
aos resultados do primeiro turno das eleições no domingo, apesar do clima de
maior aversão ao risco no exterior.
A moeda norte-americana caiu
1,51%, vendida a R$ 3,7090. Veja mais cotações. É o menor valor desde o dia 3
de agosto, quando o dólar encerrou o dia a R$ 3,7069.
Na máxima, o dólar chegou a
R$ 3,7911, e na mínima, atingiu R$ 3,7023. Já o dólar turismo fechou a R$ 3,86,
sem considerar impostos.
Na semana, a moeda dos EUA
já cede 3,78%. No mês de outubro, a desvalorização é de 8,14%. Já no acumulado
do ano, ainda avança 11,94%.
CENÁRIO ELEITORAL
"O otimismo doméstico
está se sobrepondo ao exterior. É muito recente o resultado de domingo",
disse à Reuters o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado,
acrescentando que o fato de o dólar ter fechado longe das mínimas na véspera
favorece o movimento nesta sessão.
O mercado tem preferência
pelo candidato que se comprometa com a agenda de reformas, entre elas a da
Previdência, corte de gastos e ajuste fiscal.
Segundo Machado, o mercado
deve reagir a quaisquer sinalizações de um segundo turno dividido, o que acaba
por alimentar expectativas com pesquisas eleitorais previstas para os próximos
dias, como a do Datafolha nesta quarta-feira (10), a primeira após o 1º turno.
EXTERIOR
No exterior, o dólar sobiu
frente a moedas de países emergentes, como o peso chileno. Os investidores
estão preocupados com o orçamento italiano e ainda repercutem o corte das
previsões de crescimento global feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI),
inclusive para o Brasil, em 2018 e 2019.
O Banco Central ofertou e
vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais,
equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 2,695 bilhões do
total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro. Se mantiver essa oferta
diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
ÚLTIMA SESSÃO
No dia anterior, a moeda
norte-americana caiu 2,31%, vendida a R$ 3,7658. Foi a maior queda percentual
desde o recuo de 5,59% de 8 de junho passado e também o patamar mais baixo de
fechamento em dois meses.
VARIAÇÃO DO DÓLAR EM 2018
AJUSTES NAS PERSPECTIVAS
Desde agosto, a moeda
norte-americana vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre o
cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que fez
aumentar a procura por proteção em dólar.
A expectativa de que a
cautela iria predominar nos mercados foi substituída por ajuste de posições nos
últimos pregões, em meio ao resultado das últimas pesquisas eleitorais antes do
1º turno.
O mercado prefere candidatos
com viés mais reformista e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se
enquadram nesse perfil. E, com o resultado das eleições, o mercado entende que
o país poderá ser governado por alguém com o perfil adequado à sua preferência.
As flutuações costumam
ocorrer conforme cresce a procura pelo dólar ou oferta: se os investidores veem
um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um
investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro
ele fica.
Outro fator que pressiona o
câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como
Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos
países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre
Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e
Turquia.
A projeção do mercado
financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 permaneceu em R$ 3,89 por
dólar, segundo previsão de analistas de instituições financeiras divulgada por
meio de boletim de mercado pelo Banco Central nesta segunda. Para o fechamento
de 2019, ficou estável em R$ 3,83 por dólar.
Fonte : G1
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