INTER SOFRE COM FALTA DE "IDENTIDADE", PERDE LIDERANÇA, MAS SE APEGA A RETROSPECTO

O Inter forjou a liderança no Brasileirão com uma identidade de jogo em que "todo mundo corre e marca", de intensidade pura durante os 90 minutos. Marca registrada, mas que passou um tanto distante de Chapecó nesta segunda-feira, na derrota por 2 a 1 para a Chapecoense, pela 25ª rodada. Um tropeço dolorido não apenas pela atuação, mas por seus desdobramentos. O revés fez ruir uma sequência de nove partidas de invencibilidade da equipe e a tira da ponta da tabela do Campeonato Brasileiro.

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Após duas rodadas seguidas no topo, o Colorado ocupa a vice-liderança com 49 pontos, um a menos que o novo líder, São Paulo. O resultado negativo machuca, até pelo "choque de realidades" para uma equipe que não era batida desde 26 de julho, há exatos 53 dias, quando sofreu um 2 a 1 para o América-MG, no Independência, pela 15ª rodada. E que nunca havia levado uma virada no Nacional.

"TEMOS UMA MARCA REGISTRADA, TODO MUNDO CORRE E MARCA. QUANDO DEIXA DE FAZER DÁ ISSO AÍ" (EDENÍLSON)

Mas o retrospecto também é fator para atenuar o sofrimento. Em entrevista coletiva após a partida, o vice de futebol Roberto Melo citou o contexto para suavizar o resultado, até com uma comparação a arrancada na competição. No primeiro turno, o Inter somou oito pontos nas seis primeiras rodadas. No segundo, são 11 pontos três a mais.

(A derrota) Pesa porque são três pontos. Mesmo um ponto nos garantiria na liderança. Esse é o peso. Nos faz sentir, dói, machuca. Mas não se faz uma campanha sem perder no campeonato. Todo o jogo é uma batalha. Temos um aproveitamento melhor que o do primeiro turno. Fizemos em seis jogos 11 pontos. E no primeiro turno, em seis jogos, tínhamos feito oito. Isso pesa, porque a gente podia ficar com tranquilidade (na ponta). Mas comparando, temos uma campanha melhor do que nos primeiros seis jogos afirma o dirigente.

Além do tropeço e da perda da liderança, o enredo da partida causou incômodo aos colorados justamente pela falta de combatividade da equipe para conter as investidas da Chapecoense pelos lados do campo. Habituado a sufocar o adversário, por vezes, com sua marcação agressiva, o Inter deu espaços para o rival ganhar campo e pressionar em diversos momentos do jogo. Tudo estourou no sistema defensivo, mais inseguro do que o usual.

O lance do primeiro gol da Chapecoense é exemplo disso. Eduardo avançou após um drible em William Pottker, que foi facilmente vencido. Com liberdade, o lateral cruzou para Leandro Pereira cabecear, ao se aproveitar de erro de Rodrigo Moledo algo bastante raro para um zagueiro que havia anulado o ataque do Grêmio na vitória do Gre-Nal do último domingo.

Acho que fizemos um jogo razoável, não acho que merecemos a derrota, mas também não fizemos por merecer vencer. Nossa equipe criou uma identidade, e hoje faltou um pouco. A gente vinha se entregando, sem deixar o adversário jogar e hoje não fizemos. Temos uma marca registrada, todo mundo corre e marca. Quando deixa de fazer dá isso aí disse o volante Edenílson.

A "quebra" de identidade encontra um fator comum com a derrota anterior, para o América-MG: a ausência de Rodrigo Dourado, capitão e um dos pilares da equipe. O volante é o cão de guarda da defesa e se multiplica para fazer coberturas aos laterais e zagueiros, além de contribuir com a saída de bola. Nesta segunda, foi substituído por Gabriel Dias, numa reposição "simples", mas com perda de qualidade natural.


Odair Hellmann elogiou o reserva da posição e rechaçou que a derrota tenha passado por sua atuação. O técnico até reclamou de um terceiro pênalti não assinalado em Rodrigo Moledo no último lance da partida. Mas atrelou o resultado à falta da efetividade da equipe, que ameaçou a meta da Chapecoense em três oportunidades nos minutos finais, mesmo com 10 homens em campo após a expulsão de Víctor Cuesta. O zagueiro cometeu o pênalti convertido por Leandro Pereira para dar a vitória à Chapecoense.

O Gabriel fez uma boa partida, uma boa apresentação. Simplificamos na decisão de manter o modelo. Claro que o Rodrigo é bom jogador, vem fazendo bom campeonato, faz falta a qualquer equipe. Mas eu ressalto a importância dos jogadores que estão no plantel. Na minha visão, o Gabriel fez boa partida. Não passa por aí a situação da derrota. É porque a Chapecoense foi efetiva nas possibilidade de fazer o gol, e não conseguimos ser efetivo. Em situações perigosas de gol, criamos mais QUE A CHAPE. O JANDREI CONSEGUIU FAZER A DIFERENÇA – AVALIA O TÉCNICO.

Com a derrota nesta segunda-feira, o Inter perde a liderança do Brasileirão: é segundo colocado, com 49 pontos, um a menos que o novo líder, São Paulo. O Colorado volta a campo no próximo domingo, quando enfrenta o Corinthians, às 16h, em São Paulo, pela 26ª rodada do Brasileirão.
Fonte : ge

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