POLÍCIA E CREMERJ INVESTIGAM MORTE DE PACIENTE RECUSADA NO HOSPITAL GETÚLIO VARGAS, NA PENHA


O diretor do Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio, o médico Paulo Ricardo Lopes, decidiu afastar do serviço os funcionários da unidade, que estavam de plantão no sábado (28), e recusaram atendimento à Irene de Jesus Bento, de 54 anos.

A mulher esperou 38 minutos até ser recebida. Saiu de lá, seguiu para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro e retornou ao Getúlio Vargas, onde acabou morrendo.

A Secretaria Estadual de Saúde afirmou que vai abrir uma sindicância para apurar o caso. O Conselho Regional de Medicina do RJ (Cremerj) também apura o caso.

"A gente já pegou as câmeras do hospital e conversamos com funcionários. Essa paciente esperou 38 para ser atendida, foi classificada e atendida por uma médica. Não aquela que ali estava. A gente aqui do hospital orienta todo funcionário, durante o atendimento, que não usem o celular. Isso é uma prática comum que não deve ser realizada", afirmou o diretor-médico da unidade.

De acordo com Paulo Ricardo Lopes, a equipe estava completa. Não faltou material, nem medicamento.

"Os profissionais envolvidos no atendimento serão afastados. Não estamos responsabilizando ninguém para que o esclarecimento seja o melhor possível", afirmou Paulo Ricardo Lopes.

No sábado à tarde, Irene Bento foi levada pelos filhos ao Hospital Getúlio Vargas. Chegou lá com dificuldades de respirar e de falar.

Desesperado com a demora, um dos filhos resolveu filmar a cena.

"Numa situação de desespero, comecei a gravar porque já não estava aguentando mais. Eu peguei ela nos braços dentro de casa e levei. Sinto culpa, tentando fazer por ela, mas não consegui", lembrou o filho.

Os atendentes disseram que o caso de Irene Bento não era grave. Ela foi levada para uma UPA e quatro horas depois retornou à unidade. Às 19h, uma médica e uma enfermeira que assumiram o plantão disseram que encontraram a paciente desorientada e desidratada.

Elas relataram que Irene teve uma parada cardíaca que durou 30 minutos.

Irene morreu às 22h40 de sábado. No atestado médico está escrito que ela morreu de acidose metabólica grave que é quando o sangue fica muito ácido por causa de diabetes.
Fonte : G1

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