O
Ministério Público de Pernambuco (MPPE) conseguiu a condenação do agricultor
Cristóvão Vidal de Souza a seis anos de detenção em regime fechado, nesta
quarta-feira (15), no Tribunal do Júri, no município de Águas Belas, pelo
assassinato de Suely Barbosa Vidal. O crime de feminicídio ocorreu em 29 de
agosto de 2006, quando a vítima tinha 18 anos. Ela foi assassinada com várias
coronhadas de espingarda na cabeça. “É um daqueles casos em que nos lembramos
do ditado ‘A Justiça tarda, mas não falha’. O crime ocorreu há quase 12 anos,
mas não vai ficar impune. A sociedade e, principalmente, os familiares da
vítima tiveram uma resposta”, comentou o promotor de Justiça Daniel Mesquita.
Cristóvão chegou a confessar
o assassinato a um irmão e depois fugiu, permanecendo foragido até março deste
ano. Uma ação do MPPE em parceria com a Polícia Civil o localizou, na cidade de
Penedo, em Alagoas.
O processo foi então
suspenso desde 2014, já que o agricultor estava fugido. A decisão paralisou a
contagem do prazo de prescrição do crime, para evitar que Cristóvão fosse
beneficiado e evitasse responder ao processo penal.
Daniel Mesquita explicou
que, ao assumir a Promotoria de Águas Belas, no início de março, empreendeu
diligências para tentar levantar indícios sobre o paradeiro de Cristóvão. Uma
informação muito relevante foi o registro profissional do acusado, que foi
contratado nos anos de 2016 e 2017 para trabalhar como cortador de cana em uma
usina na cidade de Penedo.
Com base nessa informação, o
MPPE contatou a Delegacia de Polícia local. Os policiais identificaram que o
acusado estava vivendo em um povoado chamado Cerquinha da Laranja, na zona
rural de Penedo, inclusive tendo constituído família na localidade. Segundo
Daniel Mesquita, nenhuma das pessoas que morava com o acusado sabia que havia
um mandado de prisão em desfavor dele.
“O promotor tem esse papel
proativo, de buscar a informação e as provas para concretizar a Justiça. Se as
diligências não tivessem ocorrido, o acusado continuaria vivendo ao largo da
lei, esperando a prescrição do crime, que foi cometido na frente do filho da
vítima, que na época tinha dois anos de idade”, lembrou Mesquita.
Fonte : Agreste Violento
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