Em
sete minutos - e tranquilidade nos 83 restantes -, o Flamengo venceu o
Botafogo, neste sábado, no Maracanã, e manteve a liderança do Brasileirão. O
resultado foi construído com movimentação dos homens de frente, em especial
Matheus Savio, opção de Maurício Barbieri para a vaga de Marlos, cortado por
lesão.
Dominante, a equipe
aproveitou a fragilidade do Botafogo, teve em Cuéllar novamente uma referência
defensiva, mas perdeu várias chances de ampliar a vantagem em contra-ataques
rápidos, que na maioria das vezes não terminou em finalizações.
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SURPRESA DA CASA
Sem Marlos, fora do clássico
por lesão, Barbieri escolheu Matheus Savio para começar o jogo. E a solução
caseira surtiu efeito imediato - até maior que o esperado. "Bem nos
treinamentos", segundo o treinador, o garoto de 21 anos desarmou o sistema
do Botafogo montado com três volantes - principalmente o lado direito da
defesa.
Com precisão na batida - e
dose de sorte -, Savio assinou uma pintura para abrir o placar. Mas fez mais do
que o golaço. Participou diretamente do segundo gol, infernizou a vida de Luis
Ricardo, abriu o jogo pelos lados, segurou bem a bola quando esteve sozinho no
ataque e foi, na grande parte do tempo, boa opção para Diego e Paquetá.
FATOR CUÉLLAR
A precisão de Cuéllar mais
uma vez fez a diferença. Após cumprir suspensão e desfalcar o time na derrota
para o São Paulo, o colombiano anulou Leo Valencia, homem responsável pela
criatividade no meio alvinegro.
Foram quatro desarmes, duas
roubadas de bola e demonstração de leitura de jogo, em especial nas
antecipações. O volante, em três oportunidades, matou a saída de bola do
Botafogo ainda no campo de defesa do adversário.
Preencheu os espaços vazios
e obrigou o Alvinegro a usar a bola áerea como alternativa. Para coroar a
atuação, ainda foi importante na saída de bola. Iniciou contra-ataques, com
qualidade: foram 59 passes ao longo dos 90 minutos, sendo apenas três sem
destino.
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"equipe aguerrida" e explica escolha por Savio: "Bem nos
treinos"
MOVIMENTAÇÃO OFENSIVA
Barbieri começou o jogo com
Diego e Paquetá no meio, atrás da linha de três jogadores: Uribe (pela
direita), Savio (pela esquerda) e Guerrero (centralizado). Mas fez o time rodar
a todo instante - inclusive reclamou quando isso não acontecia. Os dois gols
começaram do lado direito: a primeira bola morreu direto na rede, mas a outra
só entrou porque Paquetá pisou na área, como um centroavante, para antecipar
Jefferson.
Uribe foi
"sacrificado", mas apareceu por vezes no meio, fez proteção de costas
e mostrou certa qualidade nos domínios pelos lados, mesmo em atuação discreta.
Diego apareceu por toda a faixa do meio e, em alguns momentos, distribuiu
passes nos dois lados do ataque. O destaque fica para Savio, que carregou a
marcação para a direita em vários momentos e confundiu o trio de proteção
alvinegro.
DESPERDÍCIO DE CONTRA-ATAQUES
A qualidade do Flamengo,
obviamente, ganhou o clássico, mas não foi uma atuação de manual. O resultado,
construído logo no início, foi administrado com tranquilidade muito pela falta
de criatividade do Botafogo. Além da pouca produtividade, o Alvinegro ainda
deixou muito espaços para os contra-ataques rubro-negros, que acabaram
mal-aproveitados.
Com velocidade, o Flamengo
chegou algumas vezes com superiodade - ou igualdade - númerica ao campo de
ataque, mas pecou na hora da decisão e perdeu a chance ampliar a vantagem.
Pouco finalizou os lances rápidos, apenas em duas oportunidades com Lucas
Paquetá, destacadas por Barbieri na coletiva pós-jogo.
O número de finalizações na
partida mostra a falta de ousadia da equipe no quesito: foram apenas oito -
cinco no gol. O Botafogo, para efeito de comparação, terminou com 17, mas com
péssimo aproveitamento (apenas seis pararam em Diego Alves, uma delas difícil).
REFERÊNCIA DISCRETA
O segundo jogo de Guerrero
após o fim da Copa do Mundo não foi brilhante. Esperança de gols dos
rubro-negros, o camisa 9 mais uma vez apareceu melhor nas proteções de bola,
afastado da grande área, do que nas finalizações.
Aliás, finalização, no
singular. Foi apenas uma do peruano nos pouco mais de 69 minutos em campo, sem
perigo para Saulo (que entrou na vaga de Jefferson). Em alguns momentos,
demorou a definir os lances. Participou da boa movimentação do ataque, mas
passou longe de ser perigoso. Perdeu número considerável das disputas com
Matheus Fernandes e Igor Rabello.
Fonte : ge
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