Um
Viva à Liberdade! Nunca um tema do Festival de Inverno de Garanhuns ecoou
tanto, atingiu e mobilizou tantas pessoas, entre público e artistas, como nesta
28ª edição. O FIG 2018 chega ao fim neste sábado (28) lembrando ao povo
brasileiro sobre a importância da luta constante pela liberdade de expressão
artística, religiosa, política, sexual e de pensamento, como caminho para
construirmos uma sociedade tolerante, solidária e desenvolvida.
Esta edição do FIG termina
confirmando sua grandiosidade artística e consolidando-se como o maior evento
de artes do País no formato que garante programação de todas as linguagens
durante os dez dias, todos os dias. Um evento poderoso, que impulsiona a
economia local e regional ao movimentar o comércio de bens e serviços como os
da rede hoteleira, superlotada ao longo de todo o Festival.
“O FIG se afirma como um
grande espaço de confraternização, alegria e prazer genuíno entre as pessoas,
como um caldeirão gigante que reflete a diversidade da cultura e da alma do
povo brasileiro, marca maior do Festival”, comemora o Secretário de Cultura de
Pernambuco, Marcelino Granja. “Mesmo diante de uma situação econômica e
política difícil, o Governo do Estado garantiu, com o mesmo investimento de
2017, uma edição maior em termos de público e programação”, continua o
secretário, destacando que o FIG “venceu o ambiente político que pressiona a
sociedade brasileira para o sectarismo e a intolerância, consagrando o Festival
como um espaço de luta pela liberdade e pela expressão das mais diversas visões
de mundo que conviveram nas ruas, praças, parques e ambientes públicos e
privados em paz, alegria e segurança”.
Marca maior do FIG, a
programação diversa propicia múltiplas vivências e avaliações. Muitos só
curtiram o Palco Instrumental, outros, os espetáculos teatrais no Souto
Dourado, por exemplo. Teve a beleza da Catedral, a mistura do Palco Pop e do
Forró, tudo se concentrando na Praça Mestre Dominguinhos, comenta Marcelino,
reforçando a grandiosidade do FIG. Finalizando o balanço que faz desta edição,
Marcelino Granja destaca que “o Festival se afirma como uma necessidade da
política cultural do Estado e que esta 20ª edição venceu as pressões que marcam
o atual momento do país, o oportunismo político eleitoral de forças opositoras
ao FIG e não refletiu apenas uma visão de mundo, pelo contrário, reafirmou-se
gigante em sua diversidade e garantiu a livre expressão de artistas e também do
público em todos os polos”.
Ao longo dos dez dias de
programação, milhares de pessoas viveram um intenso mergulho no que há de mais
rico, diverso e urgente em todas as linguagens artísticas. “Fizemos um edição
que vai entrar para a história do Festival como aquela em que os temas da
tolerância, da democracia e do respeito à diversidade ganharam mais destaque.
Vimos isso em todos os polos, em momentos marcantes como o show histórico de
Nação Zumbi e Emicida; a Mesa de Glosas com poetisas e a apresentação do grupo
Transborda na Praça da Palavra; a performance do grupo Hip Hop Mulher no Som na
Rural e o desabafo emocionado do rapper Tiely Queen, em plena praça Mestre
Dominguinhos; e tantas outras ações que evidenciaram o espaço largo que o FIG
abriu para a promoção da liberdade artística e da diversidade do povo
brasileiro”, celebra Márcia Souto, presidente da Fundarpe.
Ressaltando o grande público
em todos os polos e a alegria que se viu pelas ruas, praças e parques de
Garanhuns, Márcia define o Festival como “um espaço plural, participativo, de
resistência cultural e promotor de encontros que enriquecem todos os fazeres
artísticos, um evento que precisa acontecer sempre e ser cada vez mais
defendido por todos que acreditam na arte e na cultura como promotores do
desenvolvimento humano e de transformação social”. Entre os destaques da
programação, também estiveram presentes todas as expressões da nossa cultura popular e ainda
de 10 mestres e grupos considerados Patrimônios Vivos de Pernambuco: Cavalo
Marinho Estrela de Ouro de Condado, Gonzaga de Garanhuns, Maestros Duda e
Ademir Araújo, a Sociedade Bacamarteiros do Cabo, a Banda Curica, Índia Morena,
Caboclinho 7 Flexas e o Homem da Meia Noite.
Além das ações de formação
cultural, que alcançaram 292 pessoas todas as idades, e das edições do projeto
Outras Palavras, que levaram artistas da música como Silvério Pessoa, Maestro
Forró e Quinteto Violado para escolas do Agreste, o coordenador executivo e
artístico do FIG, André Brasileiro, destaca ainda a realização da Plataforma
FIG 2018. “Foi um encontro muito rico, que reuniu dezenas de músicos e
produtores culturais do Estado com curadores, distribuidores e jornalistas
especializados do País, em momentos de troca de informações sobre o mercado da
música, as políticas públicas para o setor e novas tendências nesta área”,
comemora André.
SHOWS
Bom indicador do volume de
pessoas que frequentaram os polos de música do FIG, a Praça Mestre Dominguinhos
recebeu um público imenso durante todos os dias de shows. Confira o número de
pessoas que compareceram ao polo, por dia:
Sexta-feira (20): 13 mil
Sábado (21): 25 mil
Domingo (22): 18 mil
Segunda-feira (23): 12 mil
Terça-feira (24): 30 mil
Quarta-feira (25): 15 mil
Quinta-feira (26): 30 mil
Sexta-feira (27): 25 mil
Sábado (27): 35 mil
ARTES CÊNICAS
Nove espetáculos circenses
fizeram 10.360 crianças e adultos sorrirem no Parque Euclides Dourado. Até a
sexta-feira (27), mais de 4.100 pessoas já tinham assistido a algum dos
espetáculos de Teatro Adulto do FIG 2018; e 600 conferiram as peças de Teatro Infantil.
A Mostra de Teatro Alternativo do FIG está consolidada na programação do
Festival e, nesta edição, foi aplaudida por cerca de 900 pessoas. Intervenções
de teatro de rua também chegaram às comunidades quilombolas do Castainho e de
Estivas, comunidade do Magano, mercado e feiras públicas de Garanhuns, além do
centro da cidade, animando a rotina do comércio local.
A dança também foi destaque
da programação e ocupou dois palcos da cidade, o Teatro Luiz Souto Dourado, que
acolheu 04 espetáculos assistidos por 505 pessoas; e o Salão Jaime Pinho
(SESC), que recebeu a primeira Mostra de Dança Contemporânea do FIG, composta
por 05 espetáculos conferidos por 520 pessoas.
ARTESANATO
Os 20 estandes de artesãos
pernambucanos montados pela Secult-PE e Fundarpe no Armazém da Arte e Negócios
registraram faturamento superior a 35 mil reais, através da venda de mais de
1.300 peças. A comercialização nos 56
estandes montados pelo SEBRAE também foi intensa e o volume de negócios será
divulgado nos próximos dias.
GALERIA GALPÃO
Mais 2 mil pessoas assinaram
o livro de visitação da Galeria Galpão do FIG 2018. O polo das artes visuais,
do design, da moda e da fotografia recebeu visitantes de diversos municípios
pernambucanos; de estados brasileiros como Paraíba, São Paulo, Alagoas, Minas
Gerais, Ceará, Bahia, Distrito Federal, Santa Catarina, Sergipe, Acre, Rio
Grande do Norte, Paraná, Rio Grande do Sul; e de países como Chile, Argentina e
Estados Unidos.
Empreendimentos criativos
que ocuparam a casa também comemoram o sucesso das vendas. As marcas
integrantes do mercado criativo instalado no local registraram um valor
aproximado de 15 mil reais em vendas. Serviços de barbearia e hair style
renderam aos empreendedores um retorno financeiro de aproximadamente 2 mil reais
em seis dias.
GASTRONOMIA
A Gastronomia se consolida
na programação do FIG. O principal aspecto deste ano foi levar o público
visitante a refletir a estreita conexão entre Gastronomia e Cultura. Os temas
abordados foram amplamente aprofundados e aclamados pelos convidados e público
em geral. Cerca de 700 pessoas visitaram o polo, que teve como destaques a
cozinha show, vivência com as loiceiras e debates.
DEPOIMENTOS
Gonzaga de Garanhuns (Mestre
de Reisado e Patrimônio Vivo de Pernambuco)
Eu tô muito feliz porque
estou vendo o Reisado chegar a um lugar que eu sempre sonhei, porque hoje vejo
que ele está sendo valorizado. Me apresentando em lugares como o FIG percebo
que o Reisado já tá caindo na graça dos jovens e das crianças. Eu quero é a
cultura para o povo garanhuense, amo me apresentar na minha cidade, onde só me
apresento no FIG e no Natal. Este Festival de Inverno trouxe alegria para
Garanhuns e para o nosso Agreste. Eu sempre vivo o festival e faço questão de
participar, todos os anos, nas ruas. E vivi grandes experiências aqui! O
Festival de Inverno de Garanhuns leva a nossa cultura ao conhecimento, não só
do Estado de Pernambuco, mas também de todo o Brasil e do mundo!
Teresa França (Conselheira
de Política Cultural do segmento Matriz Africana)
A participação do Conselho
Estadual de Política Cultural no FIG é inovadora. Essa foi a primeira vez que o
Conselho, com a máxima representação da
Sociedade Civil, esteve presente aqui no Festival. Nós realizamos uma
metodologia de pesquisa com os artistas da programação na qual montamos um
protocolo com três grandes questões. Qual o significado do FIG para a cultura
pernambucana? Como o Festival tem contribuÍdo para a consolidação das diversas
agremiações e manifestações culturais? De que forma o Festival de Inverno de
Garanhuns tem contribuído para materializar essa política cultural de
Pernambuco? O FIG é um encontro grandioso, com diversas possibilidades
culturais, e esse trabalho que desenvolvemos será sistematizado e entregue à
Secult-PE e para a sociedade em geral. Quero destacar, por fim, o acolhimento e
o respeito da organização deste Festival conosco. Fomos muito bem atendidos e
aceitos porque fizemos um trabalho comprometido com a cultura pernambucana.
VANESSA DA MATA (CANTORA)
Eu me sinto sempre muito bem
aqui, do começo até o fim. Desde a chegada até o final. Eu sou apaixonada pelo
Nordeste e sou apaixonada por Pernambuco, por toda essa libertação cultural, a
continuidade da cultura de uma maneira mais forte.
TINÉ (CANTOR)
O FIG é um festival
referência em Pernambuco e no Brasil. Eu já tinha tocado aqui várias vezes com
a Academia da Berlinda e com a Orquestra Contemporânea de Olinda, e poder
chegar no festival pela primeira vez com o meu trabalho solo me deixa feliz
demais. Eu sonhava com esse momento!
TONFIL (ARTISTA PLÁSTICO E
CANTOR)
O FIG e uma vitrine
privilegiada para propagação local e nacional de trabalhos artísticos, pelo
grande número de pessoas, artistas, e produtores de informação que circulam por
aqui. É muito bacana expor o meu trabalho na Galeria Galpão, o “Memorial de
Mãos Sem Memória”, que é uma tentativa de escrever de alguma forma um novo
capítulo sobre a história social da cana de açúcar no Nordeste, uma história
que privilegiou alguns atores e silenciou tantos outros.
DIOGO NOGUEIRA (CANTOR)
Aqui estamos no 28º Festival
de Inverno de Garanhuns e acho que umas quatro ou cinco vezes tentaram me
trazer pro FIG, e acabou não acontecendo. Mas felizmente dessa vez a gente
conseguiu e eu estou muito feliz com o show porque o povo de Pernambuco me
recebeu com muito carinho, cantaram todas as minhas músicas. Não sabia que aqui
era tão reconhecido com meu trabalho. Agora eu espero voltar em breve e poder
cantar e trazer mais alegria às pessoas desse estado e de Garanhuns.
SIBA (CANTOR)
Eu fico muito feliz por ter
participado do Festival de Inverno de Garanhuns este ano com a Fuloresta,
apresentar os mestres e a cultura da Mata Norte. É muito emocionante fazer este
show aqui, tocar num palco grande, na sua terra, em uma cidade que eu tenho
família e que cresci aqui também. Então, são muitas emoções participar no
Festival de Inverno de Garanhuns.
ISAAR (CANTORA)
São 28 anos do Festival de
Inverno de Garanhuns. Eu perdi as contas de quantos FIGs eu já fiz, seja com
meu projeto solo ou com outras bandas… É muito bom sempre vir pro FIG. Eu acho
super importante para a carreira da gente e até para a história do festival,
que já fazemos parte. E, para mim, é uma honra sempre estar no Palco
Dominguinhos, e voltar aqui com a Orquestra Santa Massa, que é um fusão de
todos os nossos trabalhos. Aqui tem um público que está muito disposto a
conhecer coisas novas. É muito raro encontrar um público como o do FIG!
MACIEL SALU (CANTOR)
Eu sempre falo que o
Festival de Inverno de Garanhuns é um festival democrático, onde você encontra
todos os ritmos, seja aqui no Palco Mestre Dominguinhos, Som na Rural, Forró,
tem música, tem dança, tem teatro… Então, pra gente tocar aqui é maravilhoso. É
onde temos a oportunidade de mostrar a nossa música. É um lugar onde tem muita
gente da cidade, gente que vem de fora para conhecer essa belíssima cidade. E
ela está se destacando. A gente vai para vários palcos e está tudo sempre
lotado, vários públicos e vários artistas mostrando seu trabalho. Em especial,
o Palco da Cultura Popular, que tem dado cada vez mais espaço para os mestres
da cultura popular mostrarem nossa cultura.
JAM DA SILVA (CANTOR)
É uma grande alegria estar
participando do FIG. A gente roda o mundo todo, fazendo show em outros
festivais, e esse público daqui é muito caloroso! É um público que só existe
aqui e isso alimenta a gente que está lá em cima do palco tocando. Viva o FIG!
BRUNO ALBERTIM (JORNALISTA E
ESCRITOR)
Fiquei muito contente de
trazer o lançamento desse livro (Tereza Costa Rêgo – Uma Mulher em Três Tempos)
para Garanhuns. Eu adoro essa cidade e venho muito para cá como público e como
repórter, então, é uma delícia trocar de lado do balcão: deixar de estar
cobrindo para fazer parte também da programação oficial. Acho que o FIG é uma
grande vitrine, porque ele sinaliza muita coisa. Nesse festival já vi muita
coisa nova que está sendo pensada e arquitetada em matéria de cultura, tudo
isso acaba pautando meus interesses artísticos ao longo do ano.
DANIELA MERCURY (CANTORA)
Pernambuco é um lugar
realmente mágico e o FIG é um festival incrível com essa riqueza artística que
o Estado já acolhe no Carnaval e acolhe também no inverno. Achei esse tema da
liberdade essencial, porque não existe arte sem liberdade. A arte é uma forma
da gente pensar com independência.
XÊNIA FRANÇA (CANTORA)
Acho que Pernambuco é um dos
Estados que mais tem uma movimentação de valorização da própria cultura. Isso é
uma coisa impressionante em um país enorme como a gente tem. É um trabalho de
raiz, por isso, acho importante vir pra cá e poder oferecer o meu trabalho,
fazer parte disso e poder contribuir com a minha música para uma cultura tão
rica como a que vejo aqui. Sempre ouvi falar no FIG, essa é minha primeira vez
aqui e tô achando uma festa riquíssima. Desejo vida longa!
FILIPE CATTO (CANTOR)
Tenho uma relação muito viva
com os artistas de Pernambuco, tenho muitos amigos da cena do Recife e acho que
esse Estado tem uma cultura incrível. Tem uma relevância histórica para música,
cinema e teatro. O show que fiz no Palco Pop, em 2014, foi um dos mais lindos
da minha vida, nunca me senti tão abraçado pelo público. Foi um encontro de
muito amor e hoje estou muito emocionado de estar de volta. Poder vir para esse
palco sagrado em uma noite que fala de ser o que a gente é, com colegas de
muita resistência, é um privilégio gigante.
PEDRO LUÍS (CANTOR)
Eu acho incrível esse
festival tão diverso e existindo com tanto vigor. É um exemplo para o Brasil seguir.
Poder trazer uma homenagem a Luiz Melodia, que foi uma referência tão
importante, em um palco desses, dividindo a noite com tanta gente boa, para
mim, é um orgulho.
GONZAGA LEAL (CANTOR)
É super importante trazer
essa homenagem a Dalva de Oliveira para cá. Acho que é o máximo para qualquer
artista. Eu me sinto muito agradecido de ter essa oportunidade de mostrar esse
show aqui, porque é uma experiência muito rara.
Fonte :Agreste Violento
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