Sob
forte comoção, centenas de pessoas acompanharam o enterro da garota Vitória
Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, na manhã deste domingo (17), no cemitério
de Araçariguama (SP).
A menina foi encontrada
morta no início da tarde de sábado (16), em uma área de mata às margens de uma
estrada de terra no bairro Caxambu, área rural da cidade. Vitória Gabrielly
estava desaparecida desde o dia 8 de junho, quando saiu para andar de patins.
Segundo a prefeitura, cerca
de 2 mil pessoas acompanharam o velório, que começou às 7h, e o enterro, pouco
depois de 9h30.
Amigos e parentes disseram
ao G1 que a mãe da garota, Rosana Guimarães, passou mal e não foi ao velório. O
advogado da família, Roberto Guastelli, confirmou ao G1 que mãe não se sentiu
bem e não conseguiu se despedir da filha.
Sem falar com a imprensa, o
pai Roberto Vaz esteve presente e ajudou a carregar o caixão da filha.
Uma área do cemitério precisou até ser isolada por conta do grande número de pessoas. Durante a manhã, amigos, familiares e colegas da escola em que a jovem estudava chegaram para prestar as últimas homenagens.
Músicos da igreja que a família frequenta estão no cemitério e tocam em homenagem à Vitória Gabrielly.
Uma colega da Vitória
Gabrielly disse, durante o velório, que fazia aula de dança na igreja em que
elas participavam juntas.
"Foi um choque quando
ficamos sabendo que ela sumiu e ontem, quando confirmou a morte. Muito difícil.
Era uma menina feliz. O pessoal da igreja ajudou a procurá-la aqui na cidade,
colando cartazes... Muito triste", diz.
Francisco Cavalcanti é
morador da cidade e acompanhou o velório. "Aqui todo mundo se conhece, eu
carreguei ela no colo e hoje acabar assim é muito triste. Não temos nem
palavras."
Após ser enterrada,
moradores, amigos e parentes homenagearam a Vitória Gabrielly com aplausos.
ENCONTRADO EM MATA
O corpo da adolescente, que
desapareceu ao sair para andar de patins, foi encontrado em mata em uma estrada
de terra, ao lado dos patins, por uma pessoa que passava no local e chamou a
polícia.
De acordo com a Polícia
Militar, a equipe foi chamada pelo telefone 190 e seguiu para a Estrada de
Aparecidinha, no bairro Caxambu, no local indicado.
Ainda conforme a PM, a
menina estava com a mesma roupa que vestia no dia do desaparecimento. O corpo
foi localizado em uma trilha, a cerca de 15 metros de distância do trecho onde
passam veículos. As causas da morte ainda estão sendo investigadas.
Uma pessoa que disse à
polícia que esteve com a garota no dia do desaparecimento está presa. A
Prefeitura de Araçariguama decretou luto oficial de sete dias.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil prendeu o
suspeito que apresentou seis versões diferentes sobre o desaparecimento da
menina. A polícia fez o pedido de prisão temporária e a Justiça acatou, na
sexta-feira (15).
Segundo a polícia, o
suspeito, um servente de pedreiro, afirma que esteve com a garota na
sexta-feira (8), quando ela foi vista pela última vez.
O rapaz chegou a apontar
locais por onde a menina teria passado em Mairinque. De acordo com o delegado
seccional Marcelo Carriel, ele disse ser usuário de drogas e revelou que esteve
com a garota junto com um casal em um carro.
O homem afirmou que foi
deixado em uma rua na volta para Mairinque, cidade onde mora, e que a menina
seguiu com o casal no carro. O casal também foi ouvido, mas a polícia não
encontrou indícios de envolvimento no caso. O carro do casal também passou por
vistoria e nada foi encontrado. Eles foram liberados na quinta-feira (14).
O delegado disse que a
menina pode ter sido levada por engano, mas não explicou o motivo. A Justiça
também determinou que a investigação siga sob sigilo.
Além de Mairinque e
Araçariguama, as equipes policiais fizeram buscas também em São Roque (SP).
Equipes das polícias Militar
e Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Comando de Operações Especiais
(COE) percorreram áreas de mata até a Represa de Itupararanga. Uma equipe do
canil da Guarda de Itupeva (SP) auxiliou com cães farejadores.
O advogado da família disse
ao G1 que apurou junto aos peritos que há indícios de asfixia, com sinais de
enforcamento, e que a morte da Vitória ocorreu de sete a oito dias, que pode
ter acontecido no mesmo dia em que ela sumiu.
Mas o advogado ressalta que
o laudo do Instituto Médico Legal (IML) deve comprovar ou não a suspeita.
A Polícia Civil informou que
o laudo do IML ficará pronto em até 30 dias e não confirma a suspeita de
enforcamento. O suspeito preso vai ser ouvido novamente nessa semana.
DESAPARECIMENTO
A família de Vitória
registrou o boletim de ocorrência no dia 9 de junho informando que ela havia
saído de casa no dia anterior, por volta de 13h30, para andar de patins. Quando
a mãe chegou em casa, no fim da tarde, não encontrou a garota.
Ela foi vista pela última
vez andando de patins perto do ginásio de esportes de Araçariguama, no bairro
Vila Nova.
Fonte : G1
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