O protesto
dos caminhoneiros contra o aumento do diesel está afetando o fornecimento de
combustível na Região Metropolitana do Recife, com registro de fechamento de
posto de combustível. Nesta quarta-feira (23), passageiros relataram filas
maiores para pegar ônibus. O aumento da espera se dá pela redução em 8% o
número de viagens, anuncaido pelo Grande Recife Consórcio de Trasporte para
evitar desabestecimento da frota.
Desde a segunda-feira (21),
os caminhoneiros realizam protestos. Segundo o Porto de Suape, um grupo impede
que caminhões entrem no complexo portuário. Ônibus e veículos menores conseguem
têm acesso normal. A situação se repete nesta quarta-feira (23). Os veículos
estavam parados no acostamento, por volta das 8h.
A juíza federal de plantão
Daniela Zarzar Pereira de Melo Queiroz concedou liminar, na noite de
terça-feira (22), determinando que o Sindicato dos Condutores em Transportes de
Cargas Autônomos de Pernambuco (Sintracape) autorize o acesso de uma empresa
terceirizada, que transporta combustível aeroviário, ao Porto.
Na decisão, a juíza deu
prazo de 8 horas para o cumprimento da medida, sob pena de multa diária no
valor de R$ 10 mil. A medida atende a um pedido da União, uma vez que o
protesto vem afetando tanto a atividade portuária, quanto a aeroviária,
especialmente a regularidade de fornecimento de combustíveis para o Aeroporto
dos Guararapes.
No pedido da União, a
Infraero informou que o abastecimento do combustível estava garantido apenas
até as 7h da manhã desta quarta, ficando prejudicados os 70 vôos agendados,
sendo dois internacionais com destino a Frankfurt e Lisboa.
Por volta das 9h, o Porto de
Suape informou que os manifestantes permitiram o acesso dos caminhões que fazem
transporte de combustível de aviação. Dos nove caminhões que estavam na Avenida
Portuária, do Porto de Suape, seis já haviam entrado e outros dois aguardavam
autorização.
Um dos veículos quebrou.
Como o protesto da categoria continua, há ainda o bloqueio de outros caminhões
ao complexo portuário. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), caminhões
voltaram a estacionar na BR-101, ocupando uma pista em cada sentido, assim como
ocorrido na segunda e na terça, em Jaboatão. Há registro de engarrafamento no
local.
Nesta quarta, também são
realizados protestos da categoria em rodovias federais do interior do estado.
Por meio de nota, o Grande
Recife Consórcio de Transporte afirmou que acompanha a operação dos ônibus e a
paralisação dos caminhoneiros. "A depender dos rumos dados à manifestação,
o Grande Recife poderá tomar outras medidas ao longo do dia", traz o
texto.
Combustível
A equipe da TV Globo
encontrou um posto de combustível fechado na esquina Rua Monte Castelo com a
Avenida João de Barros, no Recife. A informação dos funcionários é de que o
estabelecimento devia ter recebido combustível na terça-feira (22). Como o
estoque de álcool e gasolina acabou, se viram obrigados a fechar.
Em outros pontos da Região
Metropolitana, há informação de postos que estão sem gasolina nas bombas, mas
funcionam por ainda ter álcool e gasolina aditivada.
Demora no transporte público
Uma equipe da TV Globo
esteve no Terminal Joana Bezerra, na região central do Recife, e entrevistou
alguns passageiros que sentiram menos ônibus na Avenida Caxangá, na Zona Oeste
da cidade, no bairro de Peixinhos, em Olinda, e Jardim Primavera, em
Camaragibe.
“O ônibus que eu pego, no
meu horário, o Jardim Primaveira/TI Caxangá, hoje não passou. No TI Caxangá,
tinha quatro BRTs e não saiu nenhum, e a fila enorme”, contou uma das
passageiras.
A redução de 8% no número de
viagens equivale a menos 200 coletivos prestando serviço na área, ou seja, a
frota em atividade é a mesma empregada durante as férias de janeiro de 2018.
Geralmente, os coletivos
realizam 25 mil viagens por dia, mas, com a determinação, hoje são esperadas
duas mil viagens a menos.
Em Olinda, passageiros
notaram ônibus mais lotados nesta terça. O habitual congestionamento para sair
da cidade em direção ao Recife estava mais intenso na Rua do Sol, no Carmo, e
na Avenida Olinda, em Santa Tereza.
Fonte : G1
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