Pelo
menos meio milhão de ovos produzidos no Distrito Federal foram descartados por
produtores da região até esta segunda-feira (28). O desperdício corresponde a
71% do que é produzido na região, em média, todos os dias.
O motivo do descarte,
segundo a Secretaria de Agricultura do DF (Seagri), é o bloqueio nas estradas
causado pela greve dos caminhoneiros, que chegou ao oitavo dia consecutivo.
Acompanhe em tempo real os
impactos dos protestos no DF
Além disso, outras 400 mil
aves foram abatidas devido à falta de ração e à dificuldade em escoar a
produção para outros estados (leia mais abaixo).
O secretário de Agricultura
do DF, Argileu Martins, disse que o setor de criação de aves e suínos é um dos
mais prejudicados pela paralisação. O motivo, segundo ele, é o
"encadeamento" das atividades no setor, o que cria interdependência
entre os serviços.
"Já há um prejuízo
desde o começo [da greve], porque houve atraso na alimentação dos animais. O
ganho de peso está comprometido, mas não é possível dimensionar valores neste
momento", afirmou.
"ESTÁ CLARO QUE O
PREJUÍZO JÁ CHEGOU PARA QUEM PRODUZ LEITE, AVES E SUÍNOS NO DF. OUTROS SETORES
QUE ENCADEIAM A AGROPECUÁRIA VÃO SENTIR ISSO SÓ MAIS TARDE."
Em entrevista ao G1, Martins
afirmou que os grandes produtores do DF são mais impactados do que os
agricultores familiares, que não dependem de caminhões e podem escoar a
produção em carros menores e caminhonetes.
Segundo o secretário, se a
situação persistir, os produtores de frango do DF "vão acumular
prejuízos" – e a queda no faturamento poderá, inclusive, se estender a
outros setores.
ANIMAIS SEM ALIMENTOS
A estimativa da Secretaria
de Agricultura é de que, além dos ovos, 400 mil aves tenham sido abatidas pelos
produtores. Ao serem chocados, os pintinhos não conseguem ser transportados
para as incubadoras e, por isso, são "descartados" assim que nascem.
Diante da dificuldade em
conseguir combustível para caminhões e de acessar as estradas, os produtores da
região também enfrentam problemas para alimentar os animais adultos. Segundo
Martins, falta farelo de soja no DF, considerado um "componente importante
da ração animal".
"Faltam também
microelementos que são adicionados na ração de crecimento das aves. Os produtos
estão retidos em estradas", disse.
Para evitar perda na
produção, a Secretaria de Agricultura do DF afirmou que está acompanhando a
situação, "focada em garantir o transporte de produtos de urgência e
emergência", mas afirmou que o DF "não tem verba nem políticas
pensadas para compra dessa produção excedente"
Fonte : G1
0 Comentários