Depois
de passar por seis cidades, a encenação A Paixão de Cristo produzida pelo grupo
teatral Epífania encerrou na Sexta-Feira Santa (30) a oitava temporada do
espetáculo. De frente a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus dos Aflitos e São
Miguel, marco zero de Santa Cruz do Capibaribe, o público acompanhou o trabalho
e o empenho de mais de 130 jovens. Seja no palco ou nos bastidores, a equipe
mostrou que nem a chuva poderia atrapalhar o andamento da apresentação.
Dividida em 12 atos, a produção começa
mostrando a tentação de Jesus no deserto e culmina com a sua ressurreição e
aparição aos discípulos. Em alguns momentos, como na cena em que houve trevas
sobre a terra após a crucificação de Jesus, o clima frio e a chuva fina deram
um realismo todo especial a cena.
“A nossa missão em levar as pessoas ao
conhecimento do amor de Jesus por nós se renova a cada ano. Por isso, mesmo com
a chuva e eu acredito que ela contribuiu positivamente para tornar a encenação
mais bonita e mais introspectiva, o espetáculo manteve o seu roteiro original”,
destacou o coordenador do grupo Epífania, Jailson Sousa.
Considerado um dos maiores grupos teatrais
itinerantes do estado pernambucano, o Epífania passou nesta temporada pelos
municípios de Frei Miguelinho, Congo, Caruaru, Barra de São Miguel e no
Distrito Pão de Açúcar em Taquaritinga do Norte. Sem fins lucrativos, a
companhia de teatro conta - para a realização exclusiva da encenação da Paixão
de Cristo - com o apoio cultural de instituições e o patrocínio de lojistas da
Capital da Confecção para a produção dos cenários, aquisição de figuro e
aprimoramento técnico, como os efeitos sonoros e de iluminação. Mediante este
auxílio, o grupo consegue também levar o espetáculo para lugares onde não há
encenações a céu aberto ou a população é carente de produções teatrais.
Além das mudanças de infraestrutura,
anualmente, há o rodízio de atores na interpretação dos personagens centrais da
Paixão (Jesus, Maria, Judas, Pedro, Pilatos, Herodes, Verônica e Maria
Madalena).
Segundo a coordenação, essa mudança acontece a
partir da concepção e construção de cada ator para o personagem proposto.
“Ainda que a história seja a mesma, o que
diferencia a edição de 2017 da edição de 2018, por exemplo, é a interpretação
dos atores, a veracidade com que eles vivenciam as dores, os questionamentos e
a fé de seus personagens”, explica Jailson.
Nesta edição, o jovem estudante de Engenharia
de produção, Wallace Zacarias, interpretou o papel principal da encenação.
Ainda caracterizado de Jesus, o ator destacou a compreensão dos ensinamentos
cristãos e o sentimento de gratidão como os maiores legados deste trabalho de
evangelização.
“O meu entendimento sobre o gesto de Jesus
dava-se até então pela narrativa bíblica, mas ao entrar em cena e vivenciar
cada momento, ainda que em proporção infinitamente inferior a de Jesus, eu pude
compreender melhor como o seu amor por nós é grande”, pontou Wallace.
Mesmo chovendo durante boa parte do
espetáculo, o público - protegido com guarda-chuvas, debaixo de árvores ou
aglomerados nas calçadas - não desistiu de acompanhar a trajetória do homem que
dividiu a história da humanidade. Em determinados atos cênicos, como a tentação
no deserto, a flagelação e a crucificação de Jesus, a chuva deu um encanto
maior a cena. No entanto, na sequência da ressurreição e aparição aos
discípulos, a chuva cessou e por um instante era como se a Avenida Padre
Zuzinha tivesse se tornado o jardim do Santo Sepulcro.
De acordo com a organização, estima-se que
mais de três mil pessoas tenham assistido a encenação da Paixão de Cristo ao
longo das sete apresentações. Criado em 2010, o grupo composto por jovens
católicos de Santa Cruz do Capibaribe (PE) visa evangelizar através do teatro e
sem fins lucrativos.
Fonte :
Blog Agreste Notícia
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