O presidente
da Câmara de Petrópolis, Paulo Igor Carelli (MDB), foi preso na operação contra
crimes de fraude em licitação e peculato na manhã desta quinta-feira (12). O
vereador Luiz Eduardo Francisco da Silva, o Dudu (PEN), também é alvo de
mandado de prisão, mas não foi encontrado. A Operação Caminho do Ouro é
realizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a
Delegacia Fazendária (DELFAZ).
Paulo Igor foi preso em casa
e levado para a Polinter, no Rio de Janeiro. Ele vai passar por exame de corpo
de delito antes de ser encaminhado ao presídio. A equipe também esteve na casa
do vereador Dudu, mas não havia ninguém no imóvel. A operação, encerrada por
volta das 11h, cumpriu ainda cinco mandados de busca e apreensão na Câmara, nas
residências do presidente da Câmara, na casa de um empresário e na empresa Elfe
Soluções em Serviços LTDA.
Na casa do presidente da
Câmara foram apreendidos R$ 155 mil e 10.300 dólares. O dinheiro estava
escondido na bomba da banheira de hidromassagem, em uma gaveta da mesa de
cabeceira e dentro de um carro. Os valores estavam separados e com bilhetes com
nomes e iniciais. A polícia vai investigar quem são as pessoas e se elas
estariam envolvidas no esquema.
O G1 tenta contato com a
defesa dos vereadores. A assessoria de comunicação de Paulo Igor Carelli disse
para a equipe de produção da Inter TV que não foi informada oficialmente sobre
a operação e prefere não se pronunciar. A assessoria de comunicação de Luiz
Eduardo Francisco da Silva, o Dudu, também informou à Inter TV que está
esperando mais detalhes da Justiça para se pronunciar sobre o caso.
Por meio de nota, a Elfe
Soluções em Serviços LTDA informou que vem prestando todos os esclarecimentos
solicitados pela Justiça, desde que tais investigações se iniciaram, há mais de
cinco anos.
"A empresa esclarece
que desde 2012, quando se encerrou o referido contrato com a Câmara Municipal
de Petrópolis, não possui mais nenhum contrato com qualquer órgão da
administração pública direta. Em 2016, já sob nova administração, a empresa foi
a primeira de seu setor, no Brasil, a obter as certificações ISO de sistemas de
compliance e antissuborno. O empresário citado se afastou da empresa em agosto
de 2015", diz a nota.
De acordo com a denúncia,
Paulo Igor Carelli, com auxílio dos outros envolvidos, combinou com o
empresário Wilson da Costa Ritto Filho uma forma de direcionar uma licitação,
que gerou contrato de R$ 4,49 milhões, firmado entre Câmara Municipal de
Petrópolis e a Elfe Soluções em Serviços LTDA.
Segundo o Ministério
Público, a empresa prestou serviços de limpeza, conservação, higienização,
reprografia, vigia, jardinagem, copeiragem, recepção, telefonia, motorista,
manutenção predial e operação de áudio e vídeo, além de fornecer todos os
materiais de consumo, equipamentos e insumos necessários para as atividades
dentro da casa legislativa pelo período de 12 meses, a partir de 1º de janeiro
de 2012.
As irregularidades incluem
“sobrepreço” total na licitação de 25%. "Segundo a corte de contas, foram
consultadas para pesquisa de preços dos serviços a serem contratados pelo
edital, exatamente as mesmas três empresas que ofereceram propostas pelo contrato",
afirma o Ministério Público. O ex-chefe de gabinete do vereador também está
entre os denunciados por ser condutor do processo.
Por determinação da Justiça,
os sigilos bancário e fiscal dos denunciados foram quebrados e os vereadores
afastados das funções públicas.
Além das irregularidades
identificadas pelo TCE-RJ, a investigação aponta que os sócios das três
empresas que apresentaram propostas no certame já pertenceram aos quadros umas
das outras, e alguns têm vínculos de parentesco uns com os outros.
"Para o MPRJ, fica
evidente que as diversas ilegalidades praticadas durante o procedimento
licitatório, especialmente as relativas à falta de publicidade do certame,
tinham como objetivo afastar o caráter competitivo do ato para direcionar a
licitação em favor da sociedade do denunciado".
Ainda segundo a denúncia, o
empresário investigado foi responsável por financiar, por meio de doações, mais
de 90% das campanhas eleitorais de “Dudu” para a Câmara de Vereadores em 2008,
e para deputado estadual, em 2010.
Os mandados foram expedidos
pela Justiça, com base nas investigações do Grupo de Atribuição Originária em
Matéria Criminal (GAOCRIM/MPRJ) e do Grupos de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco/MPRJ). A ação conta com apoio da Coordenadoria de
Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).
No início da noite desta
quinta-feira (12), a Polícia Civil informou que apreendeu R$ 238 mil na casa do
empresário Wilson da Costa Ritto Filho, no Rio. O G1 tenta contato com a defesa
do empresário.
Fonte : G1
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