O banhista potiguar Pablo
Diego Inácio de Melo, de 34 anos, que já tinha amputado a perna direita após
ser mordido por um tubarão na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no
Grande Recife, no domingo (15), teve a mão direita amputada na tarde desta
sexta (20).
Segundo o Hospital da
Restauração, na área central do Recife, o paciente foi encaminhado à Unidade de
Tratamento Intensivo (UTI) após a cirurgia, mas tem quadro clínico considerado
estável.
A cirurgia para amputar o
membro superior direito ocorreu após o paciente ter sido submetido a um exame
de doppler, uma ultrassonagrafia utilizada para verificar se o enxerto feito no
membro atingido iria funcionar. Como o procedimento não teve êxito, o potiguar
precisou da amputação.
A cirurgia de amputação da
perna direita ocorreu no mesmo dia do ataque do tubarão em uma cirurgia com
duração de quatro horas, também realizada no Hospital da Restauração.
Entenda o caso
De acordo com o Corpo de
Bombeiros, o chamado para socorrer Pablo Diego foi feito às 14h38 do domingo
(15). O incidente aconteceu na altura da Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos
Guararapes.
Na vítima, havia ferimentos
nos dois braços e na perna direita. Depois dos primeiros socorros feitos por
duas equipes de bombeiros, Pablo foi levado de helicóptero ao Hospital da
Restauração.
Segundo o oficial de
operações do Grupamento Marítimo (GBmar) que participou do atendimento, capitão
Arthur Leone, o homem estava numa área sinalizada por placas, com água na
altura da cintura, quando foi mordido.
Na manhã da segunda (16), os
médicos haviam afirmado que o estado de Pablo era gravíssimo e que havia risco
de morte. Mais cedo, um amigo de Pablo Diego havia dito que o potiguar conhecia
os riscos de nadar no local onde ocorreu o incidente.
Após passar a respirar sem a
ajuda de aparelhos, Pablo Diego conversou com a mãe no hospital. Ela disse que
o filho contou que lutou com o tubarão ao ser atacado.
Casos recentes
Em janeiro de 2018, um
surfista de 20 anos foi ferido por um tubarão no arquipélago de Fernando de
Noronha, em Pernambuco. O jovem, natural da Bahia, surfava na Praia da
Conceição no final da tarde de 12 de janeiro quando caiu da prancha e foi
mordido. Encaminhado a uma unidade de saúde, o jovem teve alta no mesmo dia por
se tratar de um ferimento leve.
Em dezembro de 2015, um
turista do Paraná foi atacado por um tubarão na Praia do Sueste, também em
Fernando de Noronha. O homem estava mergulhando no momento do ataque e teve a
mão e parte do braço amputados.
Segundo o International
Shark Attack File (Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, em inglês) da
Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, esse foi o único caso de ataque de
tubarão verificado no Brasil em 2015.
Em 2013, uma jovem de 18
anos, de São Paulo, foi atacada por um tubarão na Praia de Boa Viagem, na Zona
Sul do Recife. Atacada em 22 de julho, ela faleceu no dia seguinte, após ter
sido internada no Hospital da Restauração.
Contagem oficial de casos
Em Pernambuco, a contagem
começou a ser feita pelo Cemit há 26 anos, quando os casos passaram a ser mais
recorrentes no estado. Desde 1992, 24 pessoas morreram vítimas de tubarões no
litoral pernambucano. No mesmo período, o órgão registrou 63 incidentes, termo
utilizado para enquadrar ocorrências envolvendo seres humanos e tubarões.
Segundo o Cemit, a
ocorrência registrada no domingo (15) ainda não faz parte da contagem pois
precisa ser estudada, como é de praxe. Segundo o presidente do órgão, Leodilson
Bastos, é preciso saber se é possível considerar realmente um incidente com
tubarão antes de inseri-lo nas estatísticas.
A conscientização atrelada à
pesquisa vem sendo o caminho escolhido pelo Cemit para prevenir incidentes. A
abertura de editais para o desenvolvimento de pesquisas que ajudem a criar
métodos de proteção aos banhistas e ao ecossistema marinho é uma das principais
medidas, segundo o órgão.
Fonte : G1
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