A Rússia
expulsou nesta sexta-feira (30) 59 diplomatas de 23 países, um dia após
expulsar diplomatas americanos, e convocou embaixadores ocidentais para
comunicá-los sobre a expulsão. A Rússia age em represália por uma decisão
similar adotada nesta semana por uma série de países em solidariedade com o
Reino Unido pelo caso do envenenamento do ex-espião Skripal.
Entre os 23 países que
tiveram seus embaixadores expulsos nesta sexta estão França, Grã-Bretanha,
Alemanha, Itália, Canadá e Polônia.
"Eles receberam uma
nota que afirma que, em protesto pelas acusações insensatas e as expulsões de
diplomatas russos (...), a Rússia declara 'persona non grata' a quantidade
correspondente de funcionários diplomáticos", anunciou o ministério em um
comunicado.
Na quinta-feira, Moscou já
havia anunciado retaliações aos EUA: 60 diplomatas foram expulsos do país e o
consulado americano em São Petersburgo será fechado. Segundo a agência Reuters,
aparentemente os preparativos para o fechamento da missão diplomática
norte-americana estavam em andamento, com caminhões de mudança fazendo repetidas
viagens para dentro e fora do consulado.
O Reino Unido, por sua vez,
já havia recebido ordens para reduzir sua missão na Rússia ao mesmo número de
diplomatas de Moscou que mantém em seu território. Londres foi informado de que
terá um mês para cumprir a medida. Segundo o Ministério das Relações Exteriores
britânico, a medida é "lamentável, mas esperada".
Mais de 30 países, em sua
maioria membros da União Europeia, mas entre os quais também figuram Estados
Unidos, Canadá, Austrália e Ucrânia, haviam anunciado a expulsão de 150
diplomatas russos.
Concretamente, Moscou
responde de maneira idêntica, expulsando a mesma quantidade de diplomatas que
os funcionários russos expulsos por cada país.
Apenas quatro países que
anunciaram medidas contra a Rússia não foram afetados pelas represálias.
"Como Bélgica, Hungria, Geórgia e Montenegro decidiram no último momento
unir-se ao movimento, Rusia se reserva o direito de tomar medidas mais
adiante", afirmou o ministério.
O Kremlin afirmou nesta
sexta-feira que não é responsável pela "guerra diplomática".
"Não foi a Rússia que
iniciou uma guerra diplomática (...) não foi a Rússia que iniciou as sanções ou
a expulsão de diplomatas" declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Envenamento de ex-espião
Londres acusa Moscou pelo
envenenamento, mas o governo russo afirma que é inocente no caso.
O ataque contra Skripal, de
66 anos, e sua filha, que Londres disse ter sido causado por um agente nervoso
dos tempos soviéticos deixado na porta da casa da família na Inglaterra,
provocou uma deterioração nas relações de Moscou com o Ocidente como não se via
desde a Guerra Fria.
O hospital em que Yulia está
internada informou que seu estado melhora rapidamente, enquanto seu pai permanece
em estado crítico, mas estável. O ex-espião Skripal, de 66 anos, foi coronel do
serviço de inteligência militar russo e delatou agentes russos ao Reino Unido,
sendo mais tarde foi beneficiado por um acordo de troca de espiões.
Fonte : G1
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