Ontem (terça-feira), policiais do BEPI –
Batalhão Especializado de Policiamento do Interior – e Agentes da Polícia Civil
da 129ª Circunscrição de Toritama, prenderam em fragrante delito a proprietária
de um prostibulo identificada como Mariele França da Cunha acusada por crime de
sequestro e cárcere privado.
Segundo
informações, o prostibulo funcionava há 10 anos no local e era de propriedade
de Amós da Silva Barbosa, assassinado em fevereiro de 2015.
Desde a morte dele, Mariele assumiu o prostibulo que era monitorado
por câmeras de segurança e tinha cerca elétrica, justamente para manter a
vítima privada de sua liberdade e sob ameaças de morte.
A vítima relatou para a Polícia que chegou a
ser levada para um local aonde havia uma espécie de cova, onde foi espancada,
torturada e ameaçada de morte, por um elemento armado com um revólver, a dona
do prostibulo uma tesoura e outras duas pessoas (uma mulher e um homem) que
informaram que o buraco seria para enterrar seu corpo.
Em
entrevista ao Blog Agreste Notícia, a mulher que teve a voz alterada informou
que, estava sendo mantida a força no local, desde o carnaval desse ano, quando
decidiu voltar para casa de sua mãe e foi impedida pela dona do
estabelecimento.
“Eu conseguir falar com algumas amigas que
moram aqui próximo e elas foram no domingo me resgatar, me tirando a força, ela
(acusada) ainda chegou a me agredir e agrediu fisicamente meus amigos. Ontem
(segunda) eu estava no bar de minha amiga e um rapaz me ligou se passando por
um cliente e disse que mandaria um amigo dele me buscar, porque a moto dele
teria quebrado no caminho e ele tinha que comprar umas coisas, já que a gente
iriamos a uma festa... Esse rapaz chegou no estabelecimento de minha amiga, me
conduziu ao local que ele disse que estava, próximo a festa, mas quando
chegamos lá, era próximo ao matagal e esse outro rapaz já estava me esperando,
acho que é o ‘matador de aluguel’ que ela diz que tem, ela e outra menina, eram
quatro pessoa e um buraco no chão, a menina com uma tesoura na mão e ele com um
revólver... Uma cova que deveria ser pra mim jogar dentro, foi quando pedi por
favor, que não fizessem nada comigo porque não tenho maldade com ninguém”,
narrou os momentos de terror.
Ainda de acordo com a vítima, Mariele pegou a
tesoura e cortou quase todo seu cabelo, lhe dizendo que aquele seria o castigo
por ter ‘tirado onda’ (debochado) ‘com a dona de um bar’.
“Ela mandou a outra menina colocar a perna na
minha cabeça e com a tesoura começou a cortar meus cabelos. Foi totalmente
cortado com tesoura”, desabafou.
A
vítima disse que outras mulheres também foram vítimas, mas que têm medo de
denunciar a acusada, já que a mesma realiza rituais de magia negra e é
considerada muito perigosa.
Após a sessão de tortura, a vítima foi levada
de volta ao prostibulo sobre o argumento que estaria devendo a acusada, mesmo
sem ser informada de que seria a dívida e foi proibida de falar com a própria
família.
Ainda de acordo com a vítima, o dinheiro dos
programas realizados por ela, ficava com a proprietária do prostibulo e ainda
era maltratada pela acusada que a conhece desde criança.
O
repórter Niedson Lopes (correspondente do Blog Agreste Notícia) entrevistou a
delegada Dra. Erica Feitosa que revelou detalhes sobre como tomou conhecimento
do fato.
“Nós fomos informados por um policial de Santa
Cruz do Capibaribe sobre essa situação que estaria acontecendo aqui em
Toritama, então, prontamente pedimos para que ele viesse e com o apoio do BEPI
fomos até o local aonde encontramos essa situação. Fizemos apreensões de
monitores de câmeras de segurança, prendemos a proprietária do estabelecimento
e conduzimos a vítima que estava bastante machucada ao hospital”.
Sobre o forte aparato de segurança, a imputada
nega ser para manter as vítimas em cárcere privado, mas sim para sua própria
segurança, já que segundo ela, no depoimento, já foi assaltada naquele mesmo
estabelecimento.
“Mas era demasiado o cuidado que se tinha,
pois existia cerca elétrica em vários cômodos e muitas grades, onde a vítima
foi encontrada, em um dos cômodos, existiam duas grades pra chegar até ela e
cheio de cerca elétrica e também monitorado por câmeras de segurança, por isso,
acreditamos que não era apenas no intuito de se proteger, mas sim, para evitar
fugas”, enfatizou Dra. Erica.
A
acusada foi apresentada na Delegacia de Polícia de Toritama, depois encaminhada
a Delegacia de Plantão em Santa Cruz do Capibaribe e hoje na audiência de
custódia.
O caso ganhou repercussão regional e foi pauta
de vários programas de televisão TV Jornal
afiliada ao SBT.
Fonte : Blog Agreste Notícia
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