Um
vídeo obtido com exclusividade pela TV Globo mostra a confusão que terminou com
dois mortos em um posto de combustíveis na Avenida Rebouças, na Zona Oeste de
São Paulo, na noite de sábado (3). As imagens, feitas por câmeras de segurança,
mostram uma confusão envolvendo diversas pessoas e o momento em que um
frentista atira (assista acima). A polícia pediu a prisão temporária dele à Justiça.
Foram mortos o professor de
educação física Bruno Gomes de Souza, de 31 anos, e o metalúrgico João Batista
Moura da Silva, de 30 anos. O sobrevivente é o empresário Rodrigo Beralde da
Silva, de 35.
Segundo amigos das vítimas,
o motivo da confusão foi o fato de parte do grupo ter urinado em sacos de lixo
após ter sido proibido por funcionários de usar o banheiro do local, que estava
interditado.
O vídeo começa segundos
antes dos disparos. Um grupo aparece discutindo com um homem de mochila nas
costas. O atirador aparece caminhando, com um colete vermelho. Outro rapaz, de
boné, surge apressado e empurra o homem com mochila. O frentista parte para
cima e leva uma voadora. Ele cai e é agredido por outros rapazes. O frentista
se levanta e atira. Outro homem saca uma arma, mas não dispara e a guarda
novamente.
A Polícia Civil confirmou
que o atirador trabalha no posto. O nome dele, porém, não foi divulgado. O
delegado Roberto Krasovic, responsável pelo caso, disse que entrou com o pedido
de prisão temporária.
Até o final da tarde esta
segunda-feira (5), a Polícia Civil tinha ouvido o depoimento de mais de dez
testemunhas, incluindo funcionários do posto e amigos dos baleados. A
investigação aguarda o laudo de um projétil retirado do corpo de uma das
vítimas.
Amigos lamentam
"Tudo começou por causa
de um banheiro. Foi uma brutalidade", disse a amiga e testemunha Talita
Juliana Moreira Avelino. Segundo ela, parte dos funcionários do posto as
autorizou a usar o local do depósito de lixo, mas, quando Bruno foi usar o
espaço, foi proibido pelos frentistas. Ao voltarem para a frente do posto,
começou uma briga e um homem chegou com uma arma.
Talita e o marido são amigos
das vítimas e estavam com elas quando ocorreu o crime. O casal foi prestar
depoimento na delegacia que investiga o caso. “Isso indigna, morrer por causa
de banheiro”, lamentou Talita aos jornalistas que estavam nesta manhã no 14º
Distrito Policial (DP), em Pinheiros.
“Vi os três no chão”,
recorda-se Fernando Avelino, que estava com uma atadura no braço, segundo ele,
resultado da agressão que sofreu no dia. “Fui agredido com uma barra de ferro por
alguém no posto.”
O dono do posto Shell na
Avenida Rebouças, Carlos Duque, negou que o local tenha segurança particular.
Segundo o proprietário, os frentistas não contaram a ele quem sacou uma arma e
atirou no grupo de amigos que urinou em local proibido. O dono do posto afirmou
que está colaborando com as investigações para encontrar o assassino.
Frentistas
Segundo o depoimento de dois
frentistas à Polícia Civil, as vítimas tentaram entrar em uma parte do posto
onde ficam guardados sacos de lixo, para urinar. Eles conseguiram entrar na
área, fecharam o portão e, quando voltaram, ocorreram os disparos.
A polícia encontrou maconha
com um dos frentistas e, no escritório do posto, documentos e um celular de um
homem. Segundo o gerente, são pertences deixados por um cliente no posto.
Os funcionários do posto e
da drogaria, que fica no mesmo local, disseram não ter visto o tiroteio porque
entraram no trabalho às 22h.
Balanço da Prefeitura mostra
que foram aplicadas cerca de 100 multas nas regiões da Sé, Vila Mariana e
Pinheiros para quem foi pego fazendo xixi em via pública. De acordo com a
administração, foram espalhados aproximadamente 3 mil banheiros químicos nos
locais de passagem dos blocos.
Fonte : G1
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