Andrés Sanchez inicia seu
novo mandato no Corinthians sob pressão. Eleito para comandar o clube pelos
próximos três anos, ele sabe que a tarefa será a mais difícil desde que seu
grupo alcançou o poder no Timão, no segundo semestre de 2007.
A habilidade política de
Andrés em mais de dez anos da chapa "Renovação e Transparência" no
poder não pode ser descartada, mas as imagens do presidente acuado em um
banheiro feminino por cerca de 20 minutos e a saída da sede social ao lado de seguranças
são mensagens fortes. O trabalho do mandatário será vigiado como nunca foi
dentro do clube.
O novo presidente foi eleito
com 33,9% dos votos contra cerca de 66% dos quatro candidatos da oposição
somados – Paulo Garcia, Antônio Roque Citadini, Felipe Ezabella e Romeu Tuma
Júnior (clique aqui e veja como foi a eleição). Gritos de "Andrés, aqui
não tem burguês" e “Cadê as contas do estádio" foram as primeiras
cobranças ouvidas por ele, minutos depois do anúncio do resultado.
– Infelizmente, é uma ala da
torcida que fica fazendo essa confusão, por isso que o futebol às vezes fica
ruim. Sempre teve pressão no Corinthians, faz parte. É ganhar jogos e administrar
da melhor maneira possível. Quem ganhasse a eleição ia ter essa pressão. Isso é
o Corinthians – afirmou Andrés, segundos antes de ser atingido por um copo de
cerveja.
Andrés Sanchez vai pedir
licença de seu mandato como deputado federal (PT-SP) para se dedicar
exclusivamente ao cargo no Corinthians – ele ainda não confirmou se vai ou não
disputar as próximas eleições para o Legislativo, ainda em 2018.
Enquanto isso, pretende
implantar mudanças no futebol e em outras áreas.
Algumas delas estão
definidas:
Duílio Monteiro Alves será o
diretor de futebol e já acompanha o time neste domingo, contra o Novorizontino,
pelo Paulistão;
Alessandro Nunes, atual
gerente, será "avaliado nos próximos dias", de acordo com pessoas
próximas a Andrés, e corre risco de cair;
Departamentos jurídico e
financeiro terão novos diretores anunciados nos próximos dias; Emerson
Piovezan, ex-diretor e vice na chapa de Paulo Garcia, não deve voltar;
A Caixa será procurada (de
novo) para a renegociação da dívida da Arena Corinthians.
No futebol, Andrés vai
priorizar a busca por um camisa 9 e tentar acalmar parte da torcida, já
impaciente com o desempenho dos donos do setor no início do ano. Não há pressa
para anunciar reforços, já que a nova diretoria considera que o time está
praticamente todo montado.
– O corintiano pode esperar
um time competitivo. Não é só querer contratar, tem que ter oportunidade, um
jogador que se enquadra com o que o Corinthians vem praticando na última
década. Não queremos só um jogador de futebol, queremos um ser humano, e é isso
que vamos atrás – explicou o mandatário.
Enquanto o centroavante não
vem, vaias e protestos devem continuar. A amostra das primeiras horas foi
clara: Andrés terá trabalho para manter a paz reinando no Parque São Jorge.
Fonte : Ge
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