O presidente
do Corinthians confirmou que pagou comissões maiores do que a média do mercado
para os empresários de Jô na transferência do atacante ao Nagoya Grampus, do
Japão. Segundo o blog do jornalista Juca Kfouri, os agentes ficaram com 30% da
transação, que foi de 10 milhões de dólares (aproximadamente R$ 32 na cotação
da época).
– Um negócio não é igual ao
outro. Eu já vendi jogador sem comissão. E vendi jogador com comissão maior.
Tudo passa pelo site da Fifa. Não é num papel, que se guarda na gaveta. É tudo
eletrônico. Como tínhamos acordado assim na venda do Jô, foi feito. 'Ah, é fora
do normal'. Sim, mas não é ilegal, tanto que a Fifa aceita – argumentou.
A declaração de Roberto foi
dada na última entrevista dele como presidente do clube, na manhã desta
sexta-feira. Antes de falar com os jornalistas, ele recebeu uma homenagem do
elenco e também ganhou uma placa das mãos do gerente de futebol Alessandro
Nunes e do técnico Fábio Carille.
Em seu adeus, ele repetiu
algumas afirmações que já havia feito em entrevista exclusiva ao
GloboEsporte.com, como o fato de não ter arrependimentos ou decepções de seus
três anos de mandato.
Veja abaixo os principais
trechos:
Balanço
– Me sinto realizado. Três
anos passam rápido. Saio feliz, contente não só com as conquistas, mas por tudo
o que a gente fez. Futebol não é só conquista. Eu tenho certeza que o
Corinthians tem hoje a melhor comissão técnica do Brasil, disparado. Isso não é
de hoje, tem tempo. Posso dizer que sou uma pessoa realizada. Não tem maior
realização do que essa para um corintiano, todos gostariam de estar no meu
lugar. Sair e deixar um monte de taças, estou feliz da vida.
Eleição neste sábado
– Espero que a eleição
transcorra na maior naturalidade do mundo, que as pessoas que vão ao Parque São
Jorge queiram votar e não fazer confusão. Espero que o Andrés Sanchez vença,
ele é do meu grupo político, tem meu apoio, e pelas informações que a gente tem
está liderando as pesquisas com uma vantagem boa. Se tudo andar como previsto,
ele será novamente o presidente do Corinthians.
Segredo das conquistas
– Tudo tem um por que. O bom
tem, o ruim, também. Fui diretor de futebol por três anos, acompanhei de perto
o futebol nestes últimos seis ou sete anos. Aqui sempre procuramos ser claros,
objetivos e respeitar as pessoas. Nunca um jogador saiu do Corinthians escorraçado
ou sem conversa. Tivemos na minha gestão e em outras momentos adversos, sem
pagar prêmios ou salários com dias atrasados, e nunca tivemos resposta negativa
dos atletas. Isso é resultado do respeito que tivemos com todos, não só os
atletas. Falei há pouco com os atletas que sempre entendi que, no futebol, é
muito perto de ser uma família. É meio piegas falar isso. Mas nunca tivemos um
problema de ordem pessoal de atleta com diretor, treinador ou funcionários.
Isso resume um pouco dos últimos dez anos, nos quais o Corinthians vem
conquistando títulos com larga vantagem sobre os adversários.
Futuro de Alessando
– A gente não pode tratar
nada como absurdo, porque o presidente tem o direito de escolher sua equipe de
trabalho. Eu entendo como normal (uma eventual saída), e se você perguntar pro
Alessandro ele vai falar o mesmo. Quando muda presidente, normalmente muda.
'Ah, mas tá ganhando e normalmente não se mexe'. Concordo com você, mas não
posso responder por quem virá. Espero que o próximo presidente não mexa nada no
futebol, não só no Alessandro, não mexa em ninguém. Já mostramos que temos o
melhor time de trabalho. Essa é minha opinião.
Vem reforços?
– Se domingo ou segunda
anunciar algum atleta, é porque trabalhou paralelamente a isso, tinha certeza
que ganharia o pleito, e pode trazer jogador. Mas, hoje, o Corinthians não tem
negociação com ninguém.
Fonte : ge
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